Revista de Jornalismo ESPM
REVISTA DE JORNALISMO ESPM | CJR 55 do do cliente, dos fatos nar- rados em um dos capítulos do livro: a passagem da Innova- tion como consultora do Diário de S.Paulo , em 2010, quando o empresário J. Hawilla com- prou o jornal paulista do gru- po Globo e implantou uma mudança de formato e estra- tégia comercial. A crônica dos acontecimen- tos é divertida e sem polêmi- ca. Eles descrevem com sensi- bilidade as características dos interlocutores, como é o caso de Hawilla, o empresário de marketing esportivo que vivia o auge do poder de sua em- presa Traffic, às vésperas da Copa do Mundo do Brasil. O texto destaca as supers- tições de Hawilla, mais pre- ocupado com a cor da roupa dos consultores do que com as propostas jornalísticas que eles apresentavam; ou as decisões impetuosas, co- mo a de contratar a Innova- tion após meia hora de uma reunião que deveria durar o dia todo. DIVULGAÇÃO LIVRO O corruptor que implodiu a corrupção no Fifagate DONODEUMAREDEde jornais e TVs afiliadas àGlobo, o J.Hawilla citadonasmemóriasdeJuanAn- tonio Giner, em 2009, estava ao mesmo temponoaugedopoder e às vésperas de uma explosão. Ainda não tinha tido o câncer que o levou a Miami, em 2012. Em ODelator , o jornalista Jo- sé Hawilla (1943-2018) dá lugar, do primeiro ao último capítulo, ao empresário demarketing es- portivo, dono da Traffic, que se envolveu em um esquema de corrupção e, ao fim da vida, de- nunciou todos os parceiros, de- flagrando o maior escândalo da história do futebol mundial. Allan de Abreu e Carlos Pe- trocilo foram rápidos. Jornalis- tas em São José do Rio Preto, terra de José Hawilla, eles logo ligaram o nome ao escândalo que estourou no dia 27 demaio de 2015, quando o establish- ment mundial do futebol come- çou a ser preso, a maior parte em um hotel na Suíça, dando início ao chamado Fifagate. No livro, os dois repórte- res reconstituem com deta- lhes o processo iniciado em maio de 2013, quando o em- presário brasileiro foi preso, acusado de obstrução de Jus- tiça (ele mentira como teste- munha na investigação de um caso de cartola) e decidiu fa- zer um acordo de colaboração com a polícia americana. E se- guirama investigação até pou- co antes da morte de Hawilla, no Brasil, em maio de 2018. O Delator impressiona pela apuração rigorosa, que logo se apresenta com a descrição de- talhada do primeiro depoimen- to de Hawilla à Justiça ameri- cana. Nos dois anos que ante- cederam as prisões no encon- tro da Fifa, quando quase to- dos os cartolas corruptos esta- vampresentes, potencializando a ação do FBI, o brasileiro mu- niciou a investigação com da- dos sobre os ex-presidentes da CBF Ricardo Teixeira, José Ma- riaMarin eMarco PoloDel Nero e os ex-presidentes da Confede- ração Latino-Americana de Fu- tebol (Conmebol) Nicolas Leoz, Eugenio Figueredo e Juan An- gel Napout. Depois de pagar à Justiça americana uma multa de US$ 150 milhões, em meio ao pro- cesso, ele foi autorizado a visi- tar o Brasil em2018. Morreu vi- timado pelo agravamento súbi- to de uma insuficiência respira- tória, emmaio. Como conta Gi- ner, em seu livro, entre outras superstições, Hawilla temia fa- zer negócios nos meses múlti- plos de quatro: abril, agosto e dezembro; mas no enredo de seu processo e morte, predo- minam as datas em maio. O delator: a história de J.Hawilla Allan de Abreu e Carlos Petrocilo, Ed. Record, 2018 Historias de Innovation: 35 años, 74 países Juan Antonio Giner e Carlos Soria, Ed. Independente
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