Revista de Jornalismo ESPM

10 JULHO | DEZEMBRO 2020 Você já deve ter ouvido termos como emergência climática, econo- mia circular, negócios de impacto social, capitalismo consciente, empresa B, upcycling , economia verde, serviço regenerativo, eco- logismo dos pobres, ecossistema do negócio, ecologia industrial ou siglas como ODS, ONGs, OSC, ACV, GEE, GRI ou ASG. Certo? Não escutou a maioria deles? Puxa, então está na hora de enten- der por que estas palavras e siglas estão revolucionando o sistema econômico e o modus operandi no mundo. E que as empresas, gover- nos, ONGs e até os consumidores mais conscientes estão prestando atenção às temáticas que estão cus- tando muito caro para o planeta e para as pessoas. A ideia aqui não é explicar cada um destes conceitos, siglas e pala- vras, mas sim questionar por que este conhecimento e informações não chegaram até você. O que você anda lendo ou assistindo? Alguns dizem que essas temá- ticas das mudanças climáticas, sustentabilidade e desenvolvi- mento sustentável são “coisa de bicho grilo” ou de vegano e vege- tariano. Já existem os negacionis- tas, que dizem que tudo isso não existe e que as mudanças climáti- cas são uma invenção dos “melan- cias”, que são verdinhos por fora e vermelhinhos por dentro. Seriam estes os “neocomunistas” que que- rem acabar com o capitalismo e a atual forma de produção? Não gosto de classificar, mas sim de destacar que esta mudança está acontecendo e que, segundo indi- cam as pesquisas, as pessoas que, pelo mercado são chamadas de consumidoras, estão cada vez mais atentas a todas estas questões. Um levantamento da Nielsen de 2015, feito com 30 mil pessoas, em 60 países, mostrou que 66%dos entre- vistados estariamdispostos a pagar mais por produtos e serviços que vêm de empresas que estão com- prometidas comum impacto social e ambiental positivo. Se fizermos o recorte nesta pesquisa para a geração Y, este número sobe para 72%. Um outro estudo da mesma empresa, chamado Estilos de Vida, de 2019, com 21 mil pessoas, reali- zado no Brasil, mostrou que 42% dos entrevistados estão mudando seus hábitos de consumo para redu- zir seu impacto no meio ambiente e 65% já não compram produtos A sustentabilidade para a imprensa é biodesagradável? Será que os veículos de comunicação acham que a sustentabilidade e o aquecimento global é um tema ecochato? Ou será que estão vendo este assunto somente pelo prisma da editoria de meio ambiente? MARCUS NAKAGAWA IDEIAS + CRÍTICAS

RkJQdWJsaXNoZXIy NDQ1MTY1