Revista de Jornalismo ESPM

40 JULHO | DEZEMBRO 2020 témvivos, embora raramentepense- mos nela. A frequência do vapor de água se encontra em um greenfield [termo que se refere a bandas desocupa- das do espectro, por volta de 24 gigahertz em diante], uma espécie de território inexplorado. Até bem pouco, eram espaços despovoados. Quase ninguém, salvometeorologis- tas e cientistas –nosEstadosUnidos, basicamente gente da agência oceâ- nica e atmosférica (a National Oce- anic and Atmospheric Administra- tion, ou NOAA) e da agência espa- cial, a Nasa (National Aeronautics and Space Administration) –, tinha interesse nesse espaço. Para quase todos os demais, era uma zona do espectro sem utilidade. A ação se concentrava em bandas inferiores, redutodetelecomunicaçõesdemassa como rádio e TV aberta e de redes móveis de banda larga. Há coisa de anos, no entanto, bem na época do Harvey, esse território inexplorado começou a atrair aten- ção demais gente. O setor de teleco- municações começava a apostar na quinta geração da internet móvel, o 5G, a primeira a operar o serviço emuma banda superior do espectro. E foi dada a largada... A ideia do 5G era sedutora. Quanto maior sua faixa do espectro, mais veloz pode ser sua rede, mais usu- ários é possível comportar e mais a operadora pode faturar. O 5G pro- metia velocidades cem vezes maio- resdoqueo4Ge, finalmente, a Inter- netdasCoisas: uma redenaqual tudo quanto é dispositivo –do interfone à cafeteira–poderia ser conectado. “Se quiserqueosetorcontinuecrescendo e, também, conectar o tênis, a cami- seta, o relógio e o medidor de água a essa maravilhosa rede nova, real- menteéprecisoo5G”, asseguraMike Dano, que cobre comunicações sem fio para a Light Reading , uma publi- cação do setor. Osetor de telefoniamóvel chegou aumacordosobreospadrõesdo5Ge começoua investiremequipamentos e infraestrutura, oque significavaque SHUTTERSTOCK

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