Revista de Jornalismo ESPM
REVISTA DE JORNALISMO ESPM | CJR 3 EDITORIAL Como já sabem os leitores mais frequentes desta revista, ela é publicada no Brasil, com exclusividade, pela ESPM, graças a um acordo entre a Escola e a Columbia School of Journalism, que já está comple- tando quase uma década! Em2011, quando esta parceria foi firmada, as revis- tas – como os jornais – ainda eram, em sua maioria, impressas empapel e distribuídas fisicamente através do correio ou das bancas de jornal. Naquela época, a Revista de Jornalismo ESPM /CJR editava quatro números por ano, enquanto a sua publicação-madri- nha editava seis. E os artigos ficavam disponíveis em versões digitais, nos respectivos sites das escolas. Desde então, muita coisa mudou no universo edi- torial. A internet dominou a cena, matando por asfi- xia financeira muitas publicações. Nós, assim como a CJR, diminuímos a periodicidade, mas continua- mos no mercado. Atualmente, a CJR produz quatro edições impressas por ano – duas em cada semestre, enquanto a versão brasileira edita duas por ano. Esta é a edição do segundo semestre de 2020. Esta breve introdução é para explicar que há um hiato entre a publicação da versão norte-americana e a brasileira. Quando recebemos o primeiro exemplar, da CJR que deu origem a esta versão que agora está em suas mãos, a sua capa funcionou como uma pro- vocação para todos os membros da nossa (pequena) equipe: The biggest story we have ever known . Uma tradução direta daria algo como o título desse texto: O O assunto mais importante do mundo! “odesrespeitoda sociedademoderna coma vida é grotesco e mostra como a vida é banalizada. Estamos adoecendo pela velocidade que nós mesmosimprimimosàeconomia,àvidaeaoplaneta.” ailton krenak assuntomais importante domundo . Todos apressamo-nos a tra- balhar na confecção da “nossa” revista, já antecipando o orgulho com que levaríamos ao mercado uma publicação que, finalmente, tratava do assunto mais impor- tante do mundo! Mas o jornalismo é uma ativi- dade impiedosa pela sua etimo- logia: a palavra “ jornal ” vem do francês jour – dia. Seu destino é o de nascer e renascer a cada dia. Quando nossos colegas de Nova Iorque produziam seus textos, indicando que a cobertura das mudanças climáticas não estava merecendo a atenção devida do jornalismo, como das demais ativi- dades humanas, a divulgação da preocupação inter- nacional com a possível, e até provável, extinção da raça humana no planeta só aumentava... Nossos autores locais já criavam textos um pouco mais otimistas, mostrando a contribuição que o jor- nalismo dava a esse importante grito de alerta. A pan- demia e suas consequências, além de ser uma insó- lita experiência para bilhões de pessoas, atropela- ram o jornalismo em escala mundial. O pinguim assustado com o desaparecimento do seu habitat, na capa desta edição, tomou o lugar da frase de efeito. Que, contudo, permanece no mate- rial que traduzimos e apresentamos aos nossos lei- tores: uma entrevista exclusiva do nosso conter- râneo indígena Ailton Krenak, cuja obra recentís- sima, denunciando a destruição gradual do planeta, está repercutindo como nenhum outro texto brasi- leiro; a admissão, pelo professor Nakagawa, de que o tema pode ter sido considerado como “chato”; uma descrição quase histórica do nosso principal editor, Kyle Pope; novidades sobre o Projeto 5G; um novo e importante livro-tese de Ricardo Gandour, além de outros depoimentos marcantes de colegas, brasilei- ros e estrangeiros, que desempenharampapéis varia- dos na propagação do tema, que, afinal de contas, é atualmente o mais importante do mundo. j. roberto whitaker penteado Editor
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