Revista de Jornalismo ESPM
REVISTA DE JORNALISMO ESPM | CJR 51 estãodispostos a publicar,mas resis- tema financiar por falta de dinheiro. Emmenosdedois anos, oAmazon RJF já patrocinoumais de 40 proje- tos de jornalismo nos países amazô- nicos, comdestaque para jornalistas e meios independentes brasileiros focados em reportagens ambientais e de direitos humanos na região, um trabalho que tem sido fundamental em um cenário muito negativo para as florestas tropicais.Meios relativa- mente novos que se tornamcada vez mais conhecidos e relevantes nessa cobertura, como Agência Pública (fundada em 2011), InfoAmazonia (2012),AmazôniaReal (2013),Repór- ter Brasil (2001) e Ambiental Media (2016), têm sido alguns dos benefi- ciados pelas bolsas do fundo. Estas são iniciativas jornalísticas consideradas independentes desde uma perspectiva de terem “nascido na rede, fruto de projetos coletivos e nãoligadosagrandesgruposdemídia, políticos, organizaçõesouempresas”, como define e apresenta o “Mapa de Iniciativas IndependentesdaAgência Pública”, umquadro interativodispo- nibilizadona rede, combase emuma pesquisafeitapelosjornalistasMarina Dias eTiagoAguiar, coordenada por AndreaDip. Quase todas estas inicia- tivas citadas e receptorasdebolsasdo Amazon RJF constam nesse mapa, sendo que duas delas, InfoAmazo- nia e Amazônia Real nasceram para fazer reportagens com foco na vida da principal floresta sul-americana. Quase todas elas são compostas por redações de pequeno e médio portes, formatadas emnovos mode- los de gestão, como desafio de fazer jornalismo investigativo, proporolha- resalternativosecomplementaresaos dagrandemídia,mostrando indepen- dência jornalística e vivendo de fun- concentraram72%dofogodeáreascrí- ticas daAmazônia em2019”, a repor- tagemfoipararnacapadoUOL,sendo umadasmais lidasdoportal nodia23 desetembro.Nodiaseguinteamatéria saiu da internet para a capa da Folha de S.Paulo . E do jornal impresso para os telejornais da TVGlobo. As imagens feitas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e analisadas pela reportagem comprovamquepropriedades rurais demédio e grande portes foramres- ponsáveis por 72%dos focos de calor ocorridos em2019 nas quatromaio- res áreas críticas – os “hotspots” do desmatamento–daAmazônia: Alta- mira (PA), São Félix do Xingu (PA), Porto Velho (RO) e Lábrea (AM). O trabalhoeraresultadodocruzamento de dados oficiais públicos de desma- tamento e queimadas, monitorados pelo Inpe, com o Cadastro Ambien- tal Rural (CAR), que reúne declara- ções de proprietários rurais sobre a área de seus imóveis. Feita por jornalistas brasileiros, a reportagem sobre os incêndios na Amazônia ainda foi publicada pela edição brasileira da National Geo- graphic e pelo portal estadunidense de notícias ambientaisMongabay. O projeto foi desenvolvido a partir de uma bolsa do Amazon Rainforest JournalismFund (AmazonRJF), um dos poucos fundos internacionais de jornalismoque têmpermitido cobrir os altos custos de se fazer jornalismo independente de grande impacto na Amazônia,quemeiosdagrandemídia ILUSTRAÇÃO: ANDRÉ BARROSO/FOTOARENA
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