Revista da ESPM JUL_AGO_SET 2020 web

JULHO/AGOSTO/SETEMBRODE 2020| REVISTADAESPM 33 superada a crise, temos algo similar nomundo emuito especialmente no Brasil, comparcelas importantes da população aderindo aos formatos hard e soft discount, e-commerce e o delivery. Estes formatos e sistemas conquistaram ainda mais importância como canais de venda e relacionamento. Já era ummovimento em rápida evolução, mas sua importância será acelerada de forma marcante por conta da percepção, quase que compulsória, de suas virtudes, limitações e oportuni- dades. A explosão do crescimento do e-commerce no Brasil é elemento indicativo da aceleração desse pro- cesso. Antes da pré-pandemia, o e-commerce represen- tava algo em torno de 5% das vendas totais no varejo brasileiro, indicador que deve crescer para algo pouco superior a 10% no ano de 2020. E isso passa a ser o novo patamar para continuidade do crescimento, alimen- tado pela incorporação de mais tecnologia e recursos para tornar este canal ainda mais relevante, conve- niente, simples e acessível. • 7. Mudam participações e perspectivas para os players tradicionais do varejo A capacidade, a prontidão e a condição de inovação e implementação de alguns players tradicionais do varejo ensejaram mudanças relevantes nas parti- cipações de mercado, favorecendo em especial as empresas mais “digitais” em sua proposta e que con- seguiram equacionar rapidamente os gargalos que se criaram em questões de logística, abastecimento, comunicação, crédito, pagamentos e outros fatores. Empresas como Magalu, Americanas, Carrefour, Via Varejo, Telhanorte, Boticário e Natura foram ágeis em perceber e atuar de forma decisiva para oferecer soluções diferenciadas para o mercado, o que contri- buiu para o redesenho das participações que tendem a se transformar nos novos patamares no processo de evolução para o futuro. • 8. Dramáticamudança do share of wallet das diver- sas categorias em curto e médio prazos Por absoluta necessidade e contingência, a distribuição de dispêndios emcurto emédio prazos para as diferen- tes categorias foi profundamente alterada em benefí- cio de alimentos, bebidas, medicamentos, produtos de limpeza, saúde e bem-estar, educação, eletrônicos e artigos para o lar. Tudo isso em detrimento de itens de moda, vestuário, calçados e, fora do lar, lazer, diversão e turismo. Ainda que o maior impacto tenha ocorrido em curto e médio prazos, parte desse comportamento serámantida posteriormente por conta de umconsumi- dormais cauteloso e de transformações estruturais que deverão emergir de todo esse processo. Mas é possível tambémque, na recuperação plena emalgummomento futuro, determinados nichos de mercado tenderão a um mecanismo de compensação, aumentando gastos em categorias, produtos, marcas e serviços que foram contingenciados no período de crise. • 9. Aumento da infidelidade para produtos, marcas, serviços e lojas De forma simplista, como a necessidade é amãe das vir- tudes, e por conta do quadro instaurado, a necessidade se sobrepôs aos desejos, gerando redução da fidelidade de forma geral. O lado positivo é que, como compen- sação, aumentou a propensão à experimentação. Esse comportamento favorece a “descoberta” de produtos, marcas, serviços, canais e lojas que podem se conver- ter em preferência se o valor percebido for relevante o suficiente para precipitarmudanças. Mas omovimento de “infidelização” já era algo desenhado e em evolução por conta do aumento exponencial da informação e do Às vésperas de uma eleição presidencial ainda indefinida, independentemente de quem irá ganhar, a ainda maior economia do mundo tem sua importância estratégica reduzida para o mundo e para o Brasil shutterstock . com

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