Revista da ESPM JUL_AGO_SET 2020 web
MUNDO DIGITAL REVISTA DA ESPM | JULHO/AGOSTO/SETEMBRODE 2020 44 comsalão—que vivem, basicamente, domovimento das ruas, alguns setores correlatos não estão sendo nega- tivamente afetados. No mercado de delivery on-line, a pandemia interferiu positivamente em alavancas cru- ciais do negócio. Essa interferência foi tanto no sen- tido de acelerar crescimento quanto de reduzir custos das plataformas. É difícil prever se essemovimento vai continuar no pós-pandemia, mas certamente podemos afirmar que a vida não será exatamente a mesma. Boa parte dos usuários vai trabalhar mais de casa, diversas escolas devemestabelecer atividades complementares remotas e vários serviços vão nos ajudar a resolver pen- dências burocráticas do cotidiano semprecisar ir para a rua. E isso, claro, só vai ajudar amanter omercado de delivery on-line numnovo patamar. • Do lado da oferta, dos restaurantes, o contexto acabou gerando dois sentimentos opostos Num primeiro momento, os donos de restaurantes se viramdesesperados, semperspectiva de trabalho, uma vez que os salões não podiammais continuar abertos. Por outro lado, eles despertaram para novas possibili- dades, seja para utilizar melhor o que já está disponí- vel, como as plataformas de delivery, seja para inovar de forma disruptiva, como começar a vender, além da comidapronta, insumos que sobraramno estoque, como queijo, farinha, massa pronta etc. Houve, nesses últimos meses, uma explosão no volume de cadastros de restaurantes nas plataformas de delivery on-line. O que já era uma forte tendência virou necessidade básica. Todo o setor precisou sair do tradicional. Infelizmente, quemnão conseguiu explorar novas possibilidades fechou as portas para sempre. Só recentemente é que os restaurantes começaram a rea- brir seus salões em algumas cidades e minha aposta é que não vão deixar o delivery para trás. • Do lado da demanda, o que já crescia rápido agora cresce super-rápido A primeira alavanca que apontou para cima foi a aqui- sição de novos usuários. Para muita gente, a mera pra- ticidade que o delivery on-line proporciona não era argumento suficiente para que passassem a usar um aplicativo como iFood, Uber Eats ou Rappi. Porém, num cenário de pandemia, esse tipo de serviço passou a representar para essas pessoas, emvez de praticidade, a única solução. A base de usuários dos aplicativos tem crescido como nunca e com um custo por usuário menor do que antes. A busca orgânica por esse tipo de serviço explodiu conforme o anúncio da quarentena foi ocorrendo nas cidades, em especial as buscas por mercado, farmácia e comida, como aponta o gráfico da página ao lado. Umsegundo indicador que temsofridogrande impacto positivo é a frequência de compra. Os apps de delivery de comida ainda são, no Brasil, muito associados a junk food , final de semana e jantar. Mudar ohábito do usuário e tornar o delivery on-line amelhor opção para qualquer ocasião sempre foi um desafio das empresas. A pande- mia contribuiu para que novas categorias fossemdesco- bertas, novas ocasiões fossemconsideradas e, com isso, o usuário ficassemais engajado. Assim, umusuário que só pedia sua pizza de domingo, quando se viu isolado e trabalhandode casa, passouapedir tambémoalmoçoda semana, a bebida da sexta-feira, a farmácia e a padaria. Aparentemente, todo mundo acabou sendo bene- ficiado, apesar de poucas empresas divulgarem seus números. Numa matéria publicada no jornal Propmark emmaiodesteano, várias empresas alegaramqueosetor Os apps de delivery de comida ainda são, no Brasil, muito associados a junk food , final de semana e jantar. Mudar o hábito do usuário e tornar o delivery on-line a melhor opção para qualquer ocasião sempre foi um desafio shutterstock . com
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