Revista da ESPM JUL_AGO_SET 2020 web
JULHO/AGOSTO/SETEMBRODE 2020| REVISTADAESPM 45 BUSCAS POR ”DELIVERY” NOGOOGLE (NOS ÚLTIMOS 12MESES EMTERRITÓRIOBRASILEIRO) 25 de agosto de 2019 25 50 75 100 29 de dezembro de 2019 3 de maio de 2020 Picono final demarço e aparente estabilizaçãonumpatamar superior INTERESSE AO LONGO DO TEMPO aqueceu aindamais. Rappi, James Delivery, iFood, Cor- nershop, ZéDelivery e 99Food afirmaramter registrado aumento significativotantonademandaquantoemnovos usuários. No primeiro trimestre, o JamesDelivery, plata- forma do Grupo Pão de Açúcar (GPA), cresceu 800% em número total de pedidos e aumentou em130% o tíquete médio na comparação comomesmo período de 2019. O iFood, que já tinha números bastante robustos, divul- gou que atingiu a marca de 39 milhões de pedidos por mês durante a pandemia. No momento em que você lê este artigo, provavelmente já ultrapassou os 40milhões. Por fim, o tíquetemédio tambémcresceu. Coma famí- lia toda dentro de casa, inclusive os filhos, que estudam on-line, os pedidos passaram a sair com mais pratos, bebidas e — por que não? — sobremesa. Os pais, apesar de estarememcasa, precisam trabalhar e resolver uma série de questões mais relevantes do que a comida. O delivery, portanto, é uma solução óbvia e bem-vinda para quempode pagar. Espera aí! Podemos dizer então que a pandemia tem sido, emvez de uma tragédia, uma bênção para as plata- formasdedeliveryon-lineeas empresasqueatuamnele? Não é bemassim. Se, por um lado, a pandemia acelerou ainda mais o crescimento dos aplicativos, por outro, revelou inconsistências —muitas vezes polêmicas — de uma cadeia aindamuito nova. Nessemercado, como em muitos outros, o principal desafio das marcas hoje não está relacionado à capacidade de gestão de inovação, tecnologia, produto ou propaganda. O principal desa- fio, que já existia e ganhou força dentro do contexto de sensibilidades afloradas, está em ler corretamente o cenário e responder a ele na prática, não no discurso! Tragédias e crises como esta que vivemos mudam a perspectiva das coisas. Algumas delas são tão signifi- cativas, que as coisas nunca voltampara o lugar. Repare como em 2020 não é suficiente — apesar de essencial — entender de tecnologia ou inovação para ter sucesso no mundo digital. É preciso entender de gente, comporta- mento, ativismo, injustiças sociais, redes eminorias. Na minhaempresa, eumontariaumbomtimedesociólogos, filósofos, cientistas sociais, ativistas e ouviria muito mais a ponta. Fazer, agora, uma correta e honesta lei- tura do Zeitgeist — do espírito dessa época — e responder a ele na prática, não nas entrevistas, pode te pôr dentro ou fora do mundo digital do futuro. E, obviamente, do delivery on-line também. Mas que fato concreto pode melhor exemplificar essa mudança no delivery on-line? Para alémda difícil situação dos restaurantes, que é a mais óbvia e conhe- cida, a pandemia revelou injustiças de uma cadeia bastante achatada, talvez em função de uma agres- sividade extrema. A tal da precarização do trabalho, principalmente relacionada à etapa logística, surgiu como pauta principal de umdebate bastante complexo e ainda sem solução. A chamada Gig Economy , da qual o delivery on-line é participante, é um fenômeno novo,
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