Revista da ESPM JUL_AGO_SET 2020 web

COMUNICAÇÃO REVISTA DA ESPM | JULHO/AGOSTO/SETEMBRODE 2020 76 D esde que a pandemia do novo coronavírus se instalou no Brasil, os comportamentos de consumo, assim como a forma utilizada pelos anunciantes para divulgar serviços e marcas,mudaramdrasticamente. Umadasprimeiras alteraçõespercebidas foi oaumento da utilização de plataformas streaming , cerca de 60% a mais emtodo omundo,segundo dados daNielsen.Outro ponto de destaque trata do tempo de permanência da TV conectada, com aumento de 44%, sendo que a entrega publicitária quadruplicou nessas plataformas durante o período pandêmico. Mesmo com todo esse sucesso do on demand , o brasi- leiro voltou a se conectarmais coma televisão — aberta e fechada.Dados recentes do Ibopemostramque a quanti- dadede televisores ligados chegoua +17%namédiadiária em todo o Brasil, e o tempo investido neste tipo demídia teve crescimento de 20%. Algo a ser observado também pelas marcas é quem está consumindo esses conteúdos. O mesmo estudo apontou que o perfil do público tem mudado, com destaque para a audiência entre os mais jovens. O aumento entre pessoas de 12 a 17 anos aces- sando TVdurante a crise daCovid-19 chegou a 21% e o de pessoas entre 35 e 49 anos, 22%. Deacordocomumapesquisa realizadapelaRedeGlobo, atualmente 69%dos brasileiros obtêminformações sobre a pandemia na TV aberta e 32% na TV por assinatura. A confiançanomeio tambéméumpontodedestaqueparao crescimentodoconsumodesse tipodemídia,jáque74%da populaçãobrasileiradisseconfiarnasinformaçõespassadas pela TVaberta e 72%nas transmitidas pelos canais pagos. Masondeasmarcasentramnessahistória?Mesmocom a aberturado comércioemmuitos lugares,umaparte con- siderável da população ainda semantémem isolamento. Com isso, as famílias estão mais próximas e expostas ao meio televisão 100% do tempo. Neste novo cenário, a TV aberta dialoga comadultos pormeiode assuntos jornalís- ticos e, claro, das telenovelas, enquanto, comas crianças, assume umpapel importante de entretenimento. Gosto de lembrarde uma frase do dramaturgo irlandês GeorgeBernardShawparaexplicaressemomento:“Oúnico homemque se comporta de forma sensata émeu alfaiate. Ele tiraminhasmedidas novas todas as vezes queme vê, enquanto todos os outros continuam com suas medidas velhas e esperamque eu caiba nelas”. A frase é a resposta simples que precisamos para conti- nuarna tentativade falarcomos targets tãodesejadospelos anunciantes.Ocomportamentomudou,oshábitosmudaram, odia adia sofreualterações.Consequentemente,a relação dopúblicocomosmeiosde comunicação tambémpassou por mudanças. Omedo de se sentir sozinho ou excluído levou boa parte da população a consumir TV, ouvir rádio, buscarnotíciasna internet e,nomeiodisso tudo,surgeum novo formato de mídia: as lives. Por pressão ou oportuni- dade,algumasmarcas souberamaproveitar esse ponto de contato e conseguiramse aproximarde seus clientes.Já as marcas que ficaram caladas correram o risco e perderam relevância na vida de boa parte de seus consumidores. Sobre compras on-line, nem precisamos dizer o boom que se estabeleceu. Dados da Neotrust/Compre&Confie apontamqueo faturamentodasvendason-linenosegundo trimestre de 2020 foi de R$ 33 bilhões, aumento de 104% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando a cifra alcançou R$ 16 bilhões. Nessa onda de compras pela internet, os segmentos quemais cresceramnoperíodo foramalimentos ebebidas Coma pandemia, o tempo de permanência da TV conectada aumentou em44%, sendo que a entrega publicitária quadruplicounessas plataformas durante o período de quarentena A jornada do consumidor passa a ser uma nova trajetória, muito mais em real time , na qual temos a oportunidade de planejar o agora shutterstock . com

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