Revista da ESPM JUL_AGO_SET 2020 web

JULHO/AGOSTO/SETEMBRODE 2020| REVISTADAESPM 85 Emacordo coma incerteza: 10 posturas e ações de liderançapara lidar com imprevisibilidades futuras Amaneira como muitas empresas reagiramà crise da Covid-19 ressaltou a dicotomia que persegue decisões estratégicas: direcionar mais energia para se transformar ou concentrar o foco na realidade operacional imediata. O que fazer agora? Por Altair Rossato A pandemia do novo coronavírus pode impactar uma ou mais gera- ções e deixar marcas históricas, alterandomodos de viver e de pen- sar. É uma crise humanitária que provocou per- das irrecuperáveis amilhares de famílias e tem efeitos críticos, também, do lado econômico, afetando a sociedade por outras frentes. Entre tudo o que foi vivido nos últimos meses, desde a decretação da pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 11 de março, um efeito chama a atenção: grande parte da popu- lação global acabou reunida em torno do senti- mento da incerteza. Não é uma sensação que a mente humana aprecie — especialmente assim, vivida em larga escala e coletivamente. Nos negócios, a situação é semelhante. A ansiedade ante ao que é dúbio e o receio do inesperado afetam as decisões — ou mesmo as impedem. Já há tempos se debatema inconstân- cia da era atual e a necessidade de adaptação às mudanças. Muito foi feito para pacificar merca- dos em relação a esta realidade: dos avanços na gestão e na mitigação de riscos à evolução das estruturas de governança e de transparência. Resta, porém, a incerteza comonorma. Indepen- dentemente de o quanto os modelos se sofisti- quem, ela não se dissipará. É o que, já olhando em retrospecto, este momento deixa claro. Os impactos financeiros atuais, dentro das companhias, podempautar decisõesdenegócios até o fim do próximo ano. Houve gravidade: no segundo trimestre de 2020, 67% das empresas previam a redução de receitas líquidas no Bra- sil no momento mais agudo da crise, durante seus cem primeiros dias, segundo os entrevis- tados da pesquisaRespostas àCrise daCovid-19, da Deloitte. Houve também grande disposição em reagir: cerca de dois terços indicaram que pretendiam manter o quadro de funcionários. Sofisticação da governança, adoção de planos de contingenciamento, reforço da infraestru- tura tecnológica emigração ao ambiente digital foramaceleradospormuitas empresas. Emgeral, a pesquisa indica que, para 74% das empresas, a recuperação deve vir entre o segundo semestre

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