Revista da ESPM JUL_AGO_SET 2020 web

JULHO/AGOSTO/SETEMBRODE 2020| REVISTADAESPM 9 UmaBlackFridaypor dia Por Anna Gabriela Araujo Foto: Divulgação E nquanto uns choram, muitos vendem lenços, roupas, sapatos, telefones, vi- deogames, alimentos e eletrodomésticos pela internet. Esta é a nova realida- de do e-commerce brasileiro desde março, quando o coronavírus confinou os brasileiros em seus lares por tempo indeterminado. Confinado e com um aparelho conectado emmãos, o brasileiro descobriu o consumo a um clique do seumou- se ou a um toque da tela do seu celular e foi às compras mesmo sem sair de casa. E assim o faturamento do varejo digital cresceu 58% nos primeiros oito meses do ano. É o que aponta o estudo feito pela Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), em parceria comoMovimento Compre&Confie. “Embora o tíquetemédio tenha reduzido de R$ 420,78 para R$ 398,03, o número de transações efetuadas cresceu 65,7%, passando de 63,4 bilhões para 105,6 bilhões nos seis primeiros meses de 2020”, avalia Rodrigo Bandeira Santos, vice-presidente da ABComm. “Desde o início da quarentena, o e-com- merce brasileiro está vivendo como se estivesse realizando uma Black Friday por dia.” Segundo ele, o isolamento social levou mais de 135 mil lojas a aderir às vendas on-line para manter-se no mercado. “Isso causou total transformação no varejo brasileiro, com o e-commerce podendo atingir 30% de crescimento no acumulado deste ano”, prevê Santos, citando as três categorias que registraramasmaiores altas até agora: “Acategoria de beleza e perfumaria teve umaumento de 107,4%, comfaturamento de R$ 2,11 bilhões entre osmeses de janeiroeagostode2020; ademóveis cresceu94,4%e faturouR$2,51bilhõesnoperíodo; já os eletroportáteis alcançaramumaumentode 85,7%e faturamentodeR$1,02 bilhão”. Para o especialista em vendas on-line, esse desempenho poderia ser ainda melhor não fossemos problemas de infraestrutura enfrentados pelo setor, que em2020 registrou fatura- mentode 92bilhões e crescimentode 18%emrelaçãoa 2019. “Emmédia, a taxade conversão das lojas virtuais édeapenas 2%. Issosignificaqueainda temosmuitoa crescer, pois 98%das pessoas que navegampelos sites de e-commerce não concluema compra por inúmeros fato- res, que vãodesde omedode ter o cartão clonado até conexão ruimde internet.” Nesta entrevista, o vice-presidente da ABComm apresenta os impactos da pandemia no e-commerce brasileiro e os caminhos que o setor deverá seguir com o fim da quaren- tena e a retomada das atividades. “Este é um setor que temde ser apoiado, não tributado. Nós temos conversado muito com o atual governo. Nosso discurso é claro: precisamos de parceiros, não de carcereiros!”

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