Revista da ESPM
JANEIRO/FEVEREIRO/MARÇODE 2020| REVISTADAESPM 13 evidências já aparecem há alguns anos em nossos estudos. Agora, as empresas começam a acordar para isso, mas de modo gera l a máquina empresarial demora para se ajustar, muitas vezes porque a alta liderança exige a realização de determinados cursos por acre- ditar que isso é o que irá torná-lo um l íder mel hor. A pessoa va i se tornar um melhor líder se ela passar por experiências como eu passei ao longo da minha carrei- ra. Há 15 anos, por exemplo, nós tínhamos um problema de engaja- mento. Tomei um puxão de orelha que me deixou triste, chateado, e achei que tivesse fracassado. Ana lisando a situação, concluí que o problema estava relacionado a uma das minhas características mais fortes, que é o excesso de compostura. Isso faz com que as pessoas não consigam “ler” você e, consequentemente, acabam in- terpretando errado as mensagens que você está passando. Corrigi esse comportamento e concluí, na prática, que toda competência tem um ponto certo, porque a organi- zação inteira fica sempre de olho no líder o tempo todo. Revista da ESPM — Outra pesqui- sa realizada pela Korn Ferry neste ano indica que haverá um déficit de 1,8 milhão de profissionais para car- gos mais especializados no Brasil. Em sua opinião, quais são as causas mais profundas que resultam nesse evidente despreparo de nossa mão de obra para uma economia moder- na e cada vez mais sofisticada? E o que poderíamos fazer para reverter essa situação? Sérgio — Existe um déficit seriís- simo, que começa na educação desse profissional. Podemos com- parar com as fundações de uma casa ou de um edifício, que são fundamentais para mantê-los em pé. Mas é a fundação que vai fazer a diferença na hora de a pessoa comprar o apartamento naquele prédio? Não. Porém, se a constru- ção não for sólida, o edifício cai! Por exemplo: temos um déficit se- riíssimo de engenheiros. Então, a pergunta é: como o Brasil pretende ser um país relevante no futuro sem engenheiros? Logo, o cami- nho passa necessariamente pela educação. Revista da ESPM — Diante desse cenário, como você analisa o futuro das carreiras? Sérgio — O capital humano conti- nuará sendo o bem mais valioso de uma organização. As empresas quebram por causa das pessoas, daí a importância de investir na atração e retenção de jovens ta- lentos. Como se faz isso? Com pro- cessos de aprendizagem focados na experiência, porque quando a experiência é extraordinária, a empresa consegue reter seus talentos! Cinco são os atributos que o líder do futuro terá de dominar: cultivar a inovação; gerenciar a complexidade; influenciar e se posicionar diante de umfato; valorizar as diferenças; e aprender rapidamente shutterstock . com
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