Revista da ESPM
JANEIRO/FEVEREIRO/MARÇODE 2020| REVISTADAESPM 19 43% dos freelancers são de design e multimídia, seguidos por marketing, redação, produção de vídeos e fotografia shutterstock . com BancoMundial, explora exatamente a questão de como a tecnologia afeta o trabalho, tanto do ponto de vista de impacto quantitativo — postos de trabalho — quanto do ponto de vista qualitativo — habilidades e competências necessárias. Assim começa o relatório: “Desde o início, os robôs foram pensados para substituir os humanos no local de trabalho. De fato, Karel Capek, o escritor tcheco que inventou o termo robô, em 1920, usava a palavra em língua eslava para trabalho, robota , para deixar clara a finalidade para a qual essas máquinas seriam usadas. Ao longo do século passado, as máquinas substituíram os tra- balhadores emmuitas tarefas. No global, no entanto, a tec- nologia crioumais empregos do que descolou. A tecnologia trouxe maior produtividade do trabalho para muitos seto- res, reduzindo a demanda de trabalhadores para tarefas rotineiras. E, ao fazê-lo, abriu portas para novos setores antes imaginados apenas no mundo da ficção científica”. OestudodoBancoMundial ressalta ainda que émuito difícil estimar com precisão o impacto da tecnologia em termos de postos de trabalho que serão eliminados (embora ofereça estimativas do impacto em diversos países). Segundo o relatório, outra forma de aferir esse impacto é avaliar as competências que vêm se tornando mais valorizadas pelomercado: “Émais fácil avaliar como a tecnologia molda a demanda por habilidades e mudanças de processos produtivos do que estimar seu efeito nas perdas de empregos. A tecnologia estámudando as habilidades que são recompensadas nomercado de trabalho. Buscam-se habi- lidades que não podem ser substituídas por robôs — habilida- des cognitivas gerais, como pensamento crítico, e habilidades sociocomportamentais, como gerenciar e reconhecer emoções quemelhoramo trabalho emequipe. Trabalhadores comessas habilidades sãomais adaptáveis nos mercados de trabalho”. As novas tecnologias permitirão que as pessoas redes- cubramaessênciadahumanidadeeascaracterísticasque nos tornamúnicos, como a capacidade de motivar e ins- pirar os outros, de se autorregular, de criar, de decidir em função do contexto e não somente face aos números, de pensar alémdohistórico estabelecidopelos dados. Essas competências serão cadamais valorizadas. Oimpactoda tecnologia sobrenossas vidas éenormee estamos longe de conhecê-lo em toda a sua extensão. De certaforma,estamosaindanosprimórdiosdatransforma- çãodigital. Noentanto, fica claroqueessa transformação vem acompanhada de mudanças comportamentais pro- fundas,quedemandamadaptaçãoporpartedasempresas. As pessoas serão cada vez mais necessárias para o sucesso dos negócios. Logo, o processo de atração e retenção de talentos tende a ser visto por líderes empre- sariais como algo essencialmente prioritário. Afinal, a sobrevivência das organizações depende disso. Paraserbem-sucedida, aempresaprecisase (re)organi- zar tendo emvista a experiência que deseja oferecer aos seus funcionários. Propósito, estilode vida, autonomia e cultura de inovação são os elementos valorizados pelas novas gerações. Mas poucas empresas estão preparadas para responder a estas demandas de forma assertiva. Finalmente, seria ilusório pensar que somente as organizações devemmudar. Anecessidade demudança e adaptação é odesafiode cada umdenós. Novas compe- tências e habilidades vêmsendo cada vezmais valoriza- das nomercado de trabalho, o que nos desafia diante da necessidadedeaprender ao longode todaavida. Passare- mos por vários ciclos de aprendizagemformal e informal e seremos desafiados a nos reinventar continuamente. Aqueles que forembem-sucedidos nesse processoman- terão sua relevância no trabalho e na sociedade. Dessa forma, encerro desejando uma vida cheia de aprendizagema todos vocês. Alexandre Gracioso Professor de Liderança Consciente e vice-presidente Acadêmico da ESPM
Made with FlippingBook
RkJQdWJsaXNoZXIy NDQ1MTY1