Revista da ESPM

TENDÊNCIAS REVISTA DA ESPM | JANEIRO/FEVEREIRO/MARÇODE 2020 22 quesepropõeaexaminarcomootrabalhoestámudandoe mudaráemrespostaaosurgimentodenovas tecnologias, novas práticas de negócios e novos trabalhadores. OMcKinsey Global Institute tambémestá conduzindo umprogramadepesquisa,emandamento,sobretecnologias deautomaçãoeseuspossíveisefeitos.Umnovorelatórioda MGI, Umfuturoquefunciona:automação,empregoeprodutivi- dade ,destacaváriasdescobertasimportantes.Levandoem conta a base namodelagemde cenários que eles utilizam, estima-sequeaautomaçãopossaaumentar ocrescimento daprodutividadeglobalmentede0,8%a1,4%aoano. Outro ponto que vem ao encontro do que acredito em relação aomercadode trabalho é o fatode que quase toda ocupação tem potencial parcial para automação, pois, comoafirmamos pesquisadores,menos de 5%são candi- datas à automação total. Issoquer dizer que grande parte das atividades profissionais precisará se reciclar e apren- der autilizar novas tecnologias para continuar existindo. Já vejo isso acontecendo comprofissionais que oriento emmeu consultório, como médicos, advogados, enge- nheiros, jornalistas, que estão buscando conhecer melhor essa tal de IA, por exemplo, que está mudando a maneira de atuar desses profissionais. Uma cliente médica sênior, angustiada com o futuro da sua vida profissional, procurou-me com o intuito de ajudá-la no processo de mudança de carreira, e o caminho que encontramos foi o da sua associação às novas tecnolo- gias para ressurgir, comouma fênix, uma nova profissio- nal, aliando seus profundos conhecimentos técnicos da área de diagnósticos por imagem com essa tecnologia. Houvemuitos investimentos emcongressos interna- cionais, cursos, eventos, estudos, mas empouco tempo ela já se tornou referência em IAna sua área de atuação. Sempre digo aos meus alunos para ficarem atentos às suas atividades, pois, se elas puderem ser substituí- das por robôs, certamente serão. Os robôs e os compu- tadores podem realizar uma série de atividades físicas de rotina, de um modo melhor e mais econômico que os humanos, como também são cada vez mais capazes de realizar atividades que incluem capacidades cogni- tivas, consideradas anteriormente muito difíceis de seremautomatizadas comsucesso, tal como fazer julga- mentos tácitos ou sentir emoções. Voltemos ao Pepper. Não vejo nem um futuro catastrófico — como muitos preconizame geram terror nas pessoas, comprevisões alarmantes de extremo desemprego —, nem um futuro tão poético no qual a sociedade do trabalho mude radi- calmente e passe a viver emplena harmonia. Há, como sempre houve, angústia e ansiedade frente ao novo e acomodação com o passar do tempo. Os espaços entre eles é que tendema ser cada vezmenores, o que vai exi- gir de cada umde nós mais resiliência. Para ilustrar minha tese, convido-o a pensar como você sentiu quandomudaramo sistema operacional da sua empresa. Quando teve de baixar umaplicativo pela primeira vez? Precisou aprender uma nova atividade? Começouumnovo trabalho?Ou ainda fez algonovopela Nemosmais promissores futuristas conseguiram imaginar a realidade como ela é hoje, ainda que o desenho animado dos Jetsons, de 1962, tenha sidouma boa tentativa

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