Revista da ESPM
JANEIRO/FEVEREIRO/MARÇODE 2020| REVISTADAESPM 23 Pepper, o robô social humanoide, que nos aproxima da realidade dos Jetsons, está programado para reconhecer rostos humanos e apresentar emoções básicas shutterstock . com primeira vez? Esses sentimentos e sensações (como impasse, um pouco de insegurança, ou muita, certa euforiamisturada commedo e até a surpresa) farão cada vez mais parte de suas experiências daqui para frente. Serápreciso, principalmentepara aqueles quenão são nativos digitais, baixar a guarda frente ao novo, resga- tar a humildade, que nem sempre acompanha os mais seniores, para aprender com os mais jovens (esta, sim, é uma inversão cultural das brabas!), enfrentar a quebra de paradigmas, esquecer umpouco a questão das hierar- quias rígidas e as formalidades nas relações de trabalho. Pense na explosão de espaços de trabalho comparti- lhados — coworkings , reunindo em ummesmo local pes- soas que nãonecessariamente trabalhampara amesma empresa, comambientes pensados para o trabalho autô- nomo emuito networking compessoas de diversas áreas, idades, gêneros, ideias. Umsalto para a diversidade. Outro importante fator demudança nos ambientes de trabalho será a convivência comprofissionais de várias gerações. A longevidade é realidade, mas as políticas de diversidade das empresas ainda não incluem esse recorte — das faixas etárias —, o que sugere que, daqui para frente, apesar de algumas iniciativas bemintencio- nadas de programas empresariais contrataremos 50+, ainda teremos de lidar commais esse preconceito, o ida- dismo (preconceito compessoas mais velhas). Apesar de pouco conhecido, o termo foi cunhado pela primeira vez em1969 por Robert Butler, então diretor do National Institute on Aging dos Estados Unidos. Mais recentemente, em 1995, Butler definiu idadismo como sendo um “processo sistemático de estereotipagem e discriminação contra as pessoas mais velhas”. Em relação ao fator senioridade e mercado de traba- lho, aminha avaliação é a de que os próximos dez anos serão os mais difíceis para os 50+, pois irão represen- tar a fase da ruptura com os padrões estabelecidos e quebra das primeiras barreiras contra o preconceito. O mercado tende a se acomodar e a identificar vantagens na incorporação dessa nova categoria de profissionais. Outro fator positivo em relação aomercado de traba- lho é que, historicamente, os avanços tecnológicos gera- rammais empregos doque destruíram. AOxfordMartin School e a Person, empresa de educação, promoveram o estudo Future Skills . Realizado nos Estados Unidos e no Reino Unido, o relatório analisou tendências como a urbanização, o aumento da desigualdade, a incerteza política, as mudanças tecnológicas, a globalização e a sustentabilidade ambiental, que nesse estudo são con- sideradas detentoras do poder de influenciar o futuro das habilidades e do emprego em 2030. É interessante visitar o site para conhecermais a fundo os parâmetros da pesquisa, que combina a experiência humana com machine learning epermite realizar previsõesdirecionais quantificáveis para o crescimento das ocupações. Além disso, também identifica quais habilidades e conheci- mentos serão necessários, e aqueles que provavelmente sofrerão crescimento ou declínio. Você conseguirá descobrir, segundo a base de pes- quisa deles, quais habilidades serão necessárias, em 2030, para ter sucesso no seu trabalho atual. Para minha sorte, nessa pesquisa, minha vida como educadora para nível superior tem 80,6% de chance de crescimento até 2030. Vamos em frente! O futuro está emnossasmãos para ser construído. Trabalho não nos faltará! Adriana Gomes Mestre em psicologia social e do trabalho, diretora do site www.vidaecarreira.com.br e autora dos livros Tô perdido! Mudança e gestão da carreira (QualityMark, 2014) e Mudança de carreira e transformação da identidade (LCTE, 2016)
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