Revista da ESPM
DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL REVISTA DA ESPM | JANEIRO/FEVEREIRO/MARÇODE 2020 32 confiança entre ambas as partes. Oque inibe a oxitocina é omedo, a desconfiança e o estresse. A tecnologia é bár- bara, mas ainda tememos e desconfiamos dela, princi- palmenteporque sabemos quenãohá emoçãoenvolvida. Logo, é mais difícil criar conexão afetiva. Tal percepção demonstra a importância do desenvol- vimento das habilidades comportamentais nos jovens talentos. Omercado precisa de profissionais que saibam gerar conexão e se relacionar, sobretudo coma diversi- dade. Esse tema tão atual resulta do avanço tecnológico, uma vez que hoje é possível trabalhar emuma empresa compessoas do mundo todo, presencialmente ou não. Na minha empresa, a Cia de Talentos, realizamos anualmente centenas de processos seletivos. E nos últimos anos percebemos que, ainda que o currículo do candidato seja completo emqualidade técnica, sem habilidades comportamentais bem desenvolvidas, os jovens talentos não conseguem ingressar ou se man- ter dentro das organizações. Talentos ágeis Em meio a tantas mudanças, o questionamento que mais ouço hoje no mercado é: quais são as profissões do futuro e que habilidades os jovens talentos preci- samdesenvolver? Estudos do Institute For The Future indicamque 85% dos empregos que existirão em 2030 ainda não foram inventados. Os talentos que estiveremaptos a aprender a desaprender e integrarem tecnologia, visão de negó- cios e habilidades interpessoais é que terão destaque nomercado de trabalho atual. Esse tipo de perfil já está sendo classificado como “talentos ágeis”. De acordo com o Manual Futuro das Coisas , as trans- formações tecnológicas e sociais vão fazer surgir novas profissões, como: • Designer de experiência multissensorial: o papel é despertar sensações, emoções e sentimentos, aprimo- rando assim a experiência de consumo, entretenimento ou aprendizagem. • Facilitador transcultural: a importância da diversi- dade humana está sendo reconhecida, particularmente o entendimento de que grupos culturais têm crenças, necessidades, preferências e formas de comunicação diferentes e igualmente válidas. • Biodireitoebioética: o direito tradicional já não é capaz de responder juridicamente aos dilemas dos novos tempos, que emergem com o avanço biotecnológico. A sociedade começa a exigir respostas e buscar novos paradigmas, abrindo espaço para o biodireito e a bioética. • Especialista em love economy : a profissão surge a partir da necessidade de as empresas se tornarem mais humanas e empáticas. Pessoas (consumidores) valorizam cada vez mais as relações, o cuidado e o amor. • Hacker genético: o profissional que será responsável por aperfeiçoar fatores da constituição biológica humana, em nível celular e microbiológico. • Humanizador de marcas institucionais: os consumi- dores querem cada vez mais um contato humanizado e personalizado. Esta será a melhor forma de fortalecer o relacionamento com eles. Além de novas profissões, começam a existir dife- rentes papéis na sociedade: Nos próximos anos, os profissionais serão realocados para funçõesmenos analíticas e processuais e terão de lidar com funçõesmais gerenciais shutterstock . com
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