Revista da ESPM
JANEIRO/FEVEREIRO/MARÇODE 2020| REVISTADAESPM 35 do século passado, enrijecidas e desatualizadas. Dessa forma, há um grande abismo entre como os profis- sionais chegam ao mercado de trabalho e o que as empresas precisam para se manter economicamente competitivas. Muitas empresas já compreenderam a importância de reciclar constantemente os conheci- mentos dos colaboradores. Porém, entre entender e aplicar essa compreensão, há um longo caminho. As organizações ainda esperam que o mercado de traba- lho e os sistemas de ensino ofereçam profissionais já habilitados para os cargos. O desafio atual é o seguinte: mesmo que a forma- ção acadêmica ou especialização técnica do pro- fissional seja mais moderna, até que o estudante se forme, muitas transformações já aconteceram e o que era novo em conhecimento já não é mais. Sendo assim, se faz urgente a conexão entre as empre- sas e as instituições de ensino, para o estabelecimento de um diálogo constante entre as partes, assim como parcerias, nas quais as próprias escolas possammon- tar grades de conteúdo pedagógico emparceria comas empresas e suas necessidades de mercado. Também precisamos revolucionar o modo de escolher determi- nado curso, baseado em sua grade de conteúdo e nos abrirmos para a possibilidade de tudo mudar, quan- tas vezes for necessário, para que ao longo de sua for- mação o estudante possa acompanhar as transforma- ções mercadológicas. Essa prática é interessante, pois promove a adaptabilidade e a aprendizagem contínua como bases de formação aos estudantes. No momento, é muito difícil para uma universi- dade, por exemplo, garantir que sua grade de conte- údo esteja 100% alinhada ao mercado. As mudanças constantes realmente exigem que haja essa conexão entre as instituições e as empresas. No entanto, as empresas também precisam fortalecer práticas de reciclagem de conhecimento dentro das corporações, o que também pode ser feito em parceria com as ins- tituições de ensino. De um lado, a tecnologia nos mostra que não há mais volta, o desenvolvimento acelerado já é uma realidade. De outro, equilibrando o cenário tecnoló- gico, a sociedade pede por humanização, conexão, liberdade e diversidade. Quem não resistir às mudan- ças e encarar essa nova fase como um grande labora- tório de novas experiências e se permitir aprender, desaprender e aprender de novo certamente colherá bons frutos e poderá escrever sua história de sucesso na era do ágil. Sofia Esteves Presidente do conselho do Grupo Cia de Talentos e comentarista de carreira da GloboNews Anovageraçãoestáembuscadepropósitodevida.Paraisso, entendequeprecisadeliberdadecriativatantoparasugerir quantoparaassumirnovosprojetosnasorganizações shutterstock . com 85%dos empregos que existirão em 2030 ainda não foram inventados, segundo as análises do Institute For The Future
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