Revista da ESPM
EDUCAÇÃO REVISTA DA ESPM | JANEIRO/FEVEREIRO/MARÇODE 2020 44 Os fatos apontam para um processo de extinção de postos de trabalho manuais e a criação de cargos ocupados por uma combinação entre poucos humanos, muitas máquinas e milhares de algoritmos A dívida como Fundo de Financiamento Estudantil, mais a necessidade de sustentar a família, exige horas intermináveis atrás do volante e limita o orçamento. A situação tira dele a possibilidade de preencher a lacuna do segundo idioma. Se opresente é ruim, o futuropoderá ser pior emumcenário emque veículos autônomos cir- cularão pelas ruas. Neste caso, nema opção de sermoto- rista autônomo de aplicativo Luiz teria. Outrodadoalarmantemostraque,em2019,4,9milhões depessoas estavamdesalentadasnoBrasil, ouseja, desis- tiramde procurar emprego. Segundo levantamento feito pelo InstitutoBrasileirodeEconomia da FundaçãoGetu- lio Vargas (Ibre/FGV), 7,7% delas indicaram a falta de experiência e/ou qualificação como fator que impede o ingresso nomercado de trabalho. Já são 377mil pessoas nessacondiçãoeo total tendea sermaior emalguns anos. Se a educação de hoje não dá condições de minimi- zar o efeito colateral da evolução tecnológica, o que pode nos colocar nos trilhos? O primeiro obstáculo a ser superado é o de oferecer aos estudantes a condição de aprender com autonomia, ou seja, aprender a apren- der. Essa é uma competência crucial que irá funcionar como umsalva-vidas a cada onda de extinção de postos de trabalho, pois a eliminaçãode profissões e a substitui- ção por novas será ummovimento realizado emondas. Outra competência que será umdiferencial é a empatia, característica essencialmente humana, que dá às pes- soas a capacidade de se posicionar no lugar do outro. Sempoder ser replicada por algoritmos, fará a diferença na indústria do cuidado, saúde e bem-estar. Alémdeles, é fundamental desenvolver o protagonismo juvenil, oferecendo ao estudante a capacidade de empreender em sua própria vida escolar para levá-lo ao patamar de tomar suas próprias decisões e controlar o seu futuro de forma independente e autônoma. Estas mudanças fun- damentais afetam o ensinar e o aprender e nos levam para uma nova fase do ensino, como explica Cláudia Costin, diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais da FGV. “Ocupações do ponto de vista de profissão e carreira precisamser revistas. Com o processo de transformação emcurso, precisaremos da flexibilidade de pensamento, pois não bastará se adap- tar, mas simpromovermudanças, uma vez que o conhe- cimento relativo às profissões terá prazo de validade.” Tal cenário jápõe emxequeoque é ensinadonas facul- dades e em cursos técnicos e profissionalizantes, pois nenhumaprendizado será para a vida toda. O essencial nesse aprendizado é garantir que uma base sólida de conhecimentosmuito bemembasados será aprendida e permitirá a adaptação àquiloque énovo ao longoda vida. shutterstock . com
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