Revista da ESPM

JANEIRO/FEVEREIRO/MARÇODE 2020| REVISTADAESPM 47 N omundodehoje,asmudançassãotãorápidas que a única forma de enfrentá-las é o que os americanos chamamde lifelong learning , ou seja, a integração contínua do estudo coma práticanosprogramasde formaçãoedesenvolvimentode executivoseoutrosprofissionaisdealtonível.Nestecená- rio, assumeespecial relevânciaoconceitoESPMdeplane- jamento, execução e avaliaçãode resultados, nouso coor- denadodeestudo/experiência.Regrageral,paraaempresa ésempremaisvantajosodesenvolverosseusprópriosexe- cutivos, emvez de procurar nomercado outros profissio- nais. Alémdocustomaior, existesempreanecessidadede adaptaçãoàculturadaempresa.Issoexplicaporquenossos alunosdoscursosdepós-graduaçãocostumamser recebi- dosno iníciodoano letivocoma seguinte frase: “Bem-vin- dosaumprocessodedesenvolvimentopessoal eprofissio- nal para umambiente de negócios que ainda não existe!”. Apesardesoarexageradaparaumgrupodeprofissionais que estáprestes a iniciar umcursocomduraçãomédiade um ano e meio, tal frase dá a real dimensão do que vem pela frente: umfuturo emque a única certeza é a de que o mundo corporativo será bemdiferente do atual. Mas não é apenas isto. Asmudanças serão cada vezmais rápidas e profundas. Enenhumcurso, pormelhorqueseja, podepre- vê-las na sua totalidade. Assim, torna-senecessário com- binar o aprendizado inicial comperíodos de atualização e reciclagem, num processo contínuo de planejamento, avaliação de resultados e correção de rumos. Emparalelo, novosmodelosdenegócios, comoAirbnb, Uber, Waze, iFood, Spotify e Netflix, surgem a cada dia e impulsionamummovimentodetransformaçãoqueirárevo- lucionar ocenárioempresarial emmenosdeumadécada. Tamanhavelocidade trazparaadimensãoeducacional umgrande desafio, no qual a educação continuada passa a ser figura central na trajetória de vida das pessoas. O conceito do lifelong learning , tão debatidomundialmente nos últimos anos, nos leva a refletir sobre o próprio sen- tido de carreira. As trilhas profissionais não são mais lineares e, para fazer face a tantas mudanças em uma velocidade cada vez maior, os profissionais devempro- tagonizar o desafio de se reinventar, ressignificar o seu papel e reposicionar constantemente os seus negócios. Namesma linha, as escolas tambémprecisamencon- trar novos rumos. Atualmente, com as inovações tec- nológicas, as mudanças no mercado de trabalho e as necessidades de desenvolvimento, os formatos tradicio- naisde educaçãonãomaisdãocontadeumambienteque demanda experiências de aprendizagemheterogêneas e não necessariamente representadas por formatos estru- turados de longa duração. Abre-se espaço para a ousadia e para romper comas clássicas amarras demodelagens totalmente alinhadas como objetivo principal dos pro- fissionais, que é o de manter-se em movimento a par- tir de umpropósito coerente com seus valores de vida. Para entendermelhor as profundasmudanças por que passaram as relações de trabalho e de aprendizado ao longodas últimas décadas, éprecisoolhar para os pilares que sustentam tais transformações. Cinco fenômenos são fundamentais para a compreensão desse processo: • 1. A organização não hierárquica, enxuta e flexível; • 2. Oadventodaeconomiada informaçãoedoconhecimento; • 3. A redução do “prazo de validade” do conhecimento; • 4. A empregabilidade para “a vida toda”, em vez de emprego para “a vida toda”; • 5. Amudança na relação entre a empresa e a educação. Aorganização,primeiropilarfocadononovoparadigma das relações de trabalho, deixa de ser hierárquica, com estruturas rígidas e formais, para se transformar em um ambientemaisenxutoeflexível, emqueoscargoseas fun- çõesnãomais representampeças fundamentaisno jogoe osprocessosecaracterísticaspessoais tomamoseu lugar. Essaadaptaçãointernapodeserencaradacomopreparação paraumamudançanocontextoexterno.Omercadoemque asorganizações estão inseridas e sobrevivemdeixade ser localparasetransformaremglobal,aumentandosobrema- neiraacompetitividadee, portanto, anecessidadedeuma melhor preparação interna para enfrentar os novos desa- fios. Com a ampliação do mercado e, principalmente, da concorrência, avantagemdedeterminadasempresas, que antesestavacentralizadanacapacidadedediminuiçãode custo, hoje se concentra na adequação e no tempo de res- posta às demandas propostas e, principalmente, na ante- cipação de tendências oumovimentos que podemmudar radicalmente o ambiente de negócios no qual a empresa está inserida. A forçade trabalho, anteriormente conside- radaboaquandohomogêneaporatenderàscaracterísticas deuma estruturahierárquica ede uma liderança autocrá- tica, passaaser positivamenteavaliadaquandopercebida ricaemdiversidade. Porfim, comooempregadopassaa ter umpapelmuitomaisrelevantenestenovoparadigma,suas

RkJQdWJsaXNoZXIy NDQ1MTY1