Revista da ESPM

EDUCAÇÃO REVISTA DA ESPM | JANEIRO/FEVEREIRO/MARÇODE 2020 48 expectativastambémmudamradicalmente.Elepassaaser protagonistanestecenárioesuasexpectativasdeixamdeser tímidas, relacionadascomodesejodemanter oemprego, e sevoltamparaumaposiçãomaisousadaepreocupadacom asuaascensãoeducacionaleseudesenvolvimentopessoal. Osegundo fenômeno leva a discussãopara o advento e a consolidaçãodaeconomiadainformaçãoedoconhecimento, na qual todo o contexto socioeconômico passou a valorizar essesdoispontos emsubstituiçãoaosbens tangíveis. Apar- tir daí, o gerenciamento da informação toma um lugar cen- tral nessas áreas,comos trabalhadoresdessas áreas consti- tuindoumpercentual cada vezmaiorda força de trabalho. Já a terceira questão apontada é a redução do prazo de validadedoconhecimento, quediscutea incessantebusca pela educação continuada, que se dá no atual contexto da educaçãobrasileiraemundial.Háalgumasdécadas, oobje- tivomaiordaformaçãoeumdiferencialconsiderávelparao indivíduoeraodiplomauniversitário. Emumpaísdesigual comooBrasil, ter umtítulode graduaçãoainda representa umgrandedesafio,mas odiplomanãoémais considerado umdiferencialparaaquelesqueopossuem.Osconhecimen- tos adquiridosnauniversidadepermanecemcomo indiví- duopor todaavida,masavelocidadecomqueasmudanças acontecemnasrelaçõesdetrabalhoenomercadoemqueos graduados irão trabalhar gera intensamenteanecessidade de reciclagem e absorção de novos conhecimentos, perti- nentes à realidade que se renova num intervalo de tempo cada vez menor. Certamente, a difusão de conhecimento émuitomaior hoje como advento da internet e possibilita comextrema rapidez a obtençãode novas informações. O penúltimo fenômeno diz respeito à empregabilidade vitalícia. Este conceito toma o lugar do antigo anseio do trabalhador por estabilidade e emprego. No paradigma do trabalho então adotado, existia um acordo velado entre a organizaçãoeoempregado, quegarantiaempregopor toda a vida àquele que trabalhasse muito. Atualmente, a segu- rança de um emprego formal não é mais decorrência do trabalho árduo emuma única empresa, mas do fato de um conjuntodequalificaçõesdo funcionário.Hoje, ospróprios empregadores garantem aos seus empregados condições paraeducaçãocontinuadaeospreparampara terempregos dentroouforadelas.Nestecenário,otrabalhadorpassaater tambémumpapel muito importante emseu preparo, pois nãoficapassivo à espera que a empresadiga oque ele deve aprenderoudirecioneesteaprendizado.Elaajuda,comparti- lhandoaresponsabilidadeeoferecendo-lhecondiçõespara o seudesenvolvimento,mas não comoúnica responsável. Quanto à relação entre a empresa e a escola — último fenômeno —, é importante ressaltar que no passado o mercado de trabalho formado pelas empresas recebia os alunos graduados nas universidades e nos demais cursos de outros níveis, iniciando-se assim uma nova etapa na vida daquelas pessoas. Passava-se da fase de estudo para a do trabalho. Atualmente, isto não se dá por dois moti- vos principais: em primeiro lugar, porque as instituições de ensino passama fazer parte constante da vida das pes- soas,mesmo após a sua inserçãonomercado de trabalho, pormeioda educação continuada; emsegundo, porque as empresas estão se tornando organizações educadoras. O treinamentoempresarial clássico fazpartedopassado, no quesito desenvolvimento. O que as universidades corpo- rativas buscamé propiciar a educaçãona concepçãomais próxima do que propõe a escola, rareando desta forma os espaços para a reproduçãopura e simples de conhecimen- tos determinados pelas empresas e replicados aos traba- lhadores. Mesmo assim, o contexto apresentado indica a necessidade demudanças nomodo como as instituições tradicionais de ensino superior projetam, desenvolveme apresentamseuscursos.Hádeseperguntarseestasmudan- ças já estão em andamento. Aqui, voltamos ao início do artigo e nos deparamos como desafio de fazer diferente. O exercício da teoria Em The future of work: how colleges can prepare students for the jobs ahead (abril, 2017), Scott Carlson aponta como as faculdades podem preparar seus alunos para enfrenta- rem o futuro do trabalho. Segundo ele, ao longo dos últi- mos anos, os efeitos dessas mudanças têm ficado mais evidentes por conta de diversos fatores, como: a maior facilidade de acesso à educação formal ao longo dos anos; a mudança no mercado de trabalho, com surgimento de novas funções e setores (serviços, tecnologia); o aumento na complexidade das interações humanas no ambiente profissional; e o aumento da diversidade de perfis (princi- palmente com a inserção das mulheres no mercado). Em Dois anos depois de formados, os egressos da ESPMrecebememmédia 19,23%amais que os profissionais que cursaramoutra pós-graduação

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