Revista da ESPM

JANEIRO/FEVEREIRO/MARÇODE 2020| REVISTADAESPM 49 poucos itens pode-se notar uma maior complexidade no ambiente profissional e, consequentemente, nas exigên- cias que se espera do trabalhador. Umfatorquemereceatençãoespecial éaexigênciacada vezmaiorparaqueosprofissionaisestejamemmovimento. Eaqui voltamosaoconceitode lifelong learning , ouaprendi- zagem ao longo da vida. Destaca-se que não estamos aqui falando apenas de competências de conhecimentos — as chamadas hard skills —,mastambémemhabilidadeseatitu- des— soft skills —, comoascompetênciasde relacionamento interpessoal. Hoje, para ingressarnomercadode trabalho, nãobastaapenasestudar ascaracterísticas tradicionaisde suas profissões, mas também vivenciar experiências de aprendizagemque combinemestas competências comas socioemocionais.Atéporqueaúnicacertezaque todos têm éadequeasprofissõesirãomudar.Então,énaturalqueuma evolução seja requerida para as instituições educacionais. Do contrário, podemperder sua utilidade. Anualmente,aESPMrealizaumapesquisacomosegres- sosdeseuscursosdepós-graduação lato sensu para identifi- caros impactosdessescursosemsuascarreiras, suaspers- pectivasdemobilidadeearelaçãoentreodesenvolvimento profissional eaaprendizagem. Realizadacommaisde400 ex-alunos,aúltimaediçãodapesquisamostraqueingressar emcursos que tenhama proposta de conciliar aprendiza- dos das profissões tradicionais com as soft skills contribui para amobilidade dos profissionais nas três praças onde a ESPMatua: SãoPaulo, Riode Janeiro eRioGrande do Sul. De acordocomoestudo, 82,9%dos pesquisados afirma- ram ter tido alguma evolução em sua carreira, aumento de salário, promoção de cargo ou novas atribuições após ter ingressado no curso da ESPM. Olevantamentoaponta ainda que, dois anos depois de formados, os egressos da ESPMrecebememmédia19,23%amaisqueosprofissionais quecursaramoutrapós-graduação. Issosignificadizerque osex-alunosdapós-graduaçãodaESPMganhamR$1.100a mais que os egressos de instituições concorrentes. Ogrupodeprofissionaisemcargosdegestão, deque tra- dicionalmentesedemandammaisascompetências socio- emocionais, tambémé grande. Após o términodo curso, a quantidade de gestores subiu de 43% para 65%, enquanto onúmerode analistas e assistentes caiude 46%para 30%. No quesito “perspectiva demobilidade”, 47%dos entre- vistados afirmamque desejam como próximo passo da carreira ser promovidos ou ter um aumento na remu- neração. Dos que optaram por trocar de emprego nos últimos seis meses (22% ), cerca de 60% foram embusca de desafios profissionais, desenvolvimento ou cresci- mento profissional. Ter desafios, desenvolver-se ou crescer profissional- mente são umdos principaismotivos para amaioria dos trabalhadores que buscamoutras oportunidades, mas a satisfação profissional tambémsemostra impactante na mobilidade e na alta empregabilidade. Dos que afirma- ram na pesquisa da ESPM estarem muito insatisfeitos comaprofissão, 86% jáficaramdesempregados emalgum momento. Já na outra ponta, dentre osmuito satisfeitos, 54% nunca ficaramdesempregados. Neste cenário repleto de desafios, expectativas, exi- gências e relações cada vez mais complexas para os pro- fissionais, os desafios das instituições de ensino também se renovama cadadia. Nãoapenas osprofissionaisdevem estar sempre emmovimento. As instituições de ensino superior (IEs) tambémprecisamse reciclar para oferecer aos alunos uma educação para a vida alinhada com as expectativas das empresas e dos empregadores. Ameta atual de uma instituição de ensino superior de excelência deve ser contribuir para que o indivíduo tenha emsuavidaprofissional, alémdeumempregoeumaremu- neração satisfatória, a condição de obter mobilidade, se assimodesejar, bemcomo recursos pessoais para conhe- cer e buscar a almejada satisfação no trabalho. Tatsuo Iwata Diretor nacional de pós-graduação e educação continuada da ESPM Claudia Falchetti Professora de graduação e analista da Pró-Reitoria da ESPM shutterstock . com

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