Revista da ESPM

REVISTA DA ESPM | JANEIRO/FEVEREIRO/MARÇODE 2020 52 Durante a elaboração desta reportagem especial, lemos, vimos e ouvimos de tudo a respeito de como os millennials ou ainda os jovens da geração Z estão tri- lhando sua trajetória profissional. Muitos dizemque eles não esquentama cadeira, pois não passammais de dois anos emummesmo emprego. Comenta-se tambémquemuitos jovens rejeitamaquelas carreiras tradicionais, pois só querem saber demontar startups na área da tecnologia. Apontamainda que pelo fatode jánasceremconectados e teremincorporadouma cultura mobile, são imediatistas, inquietos e não obe- decemà hierarquia. Toda essa teoria funciona no papel. Mas, na prática, temos aqui uma realidade bemdife- rente do que se ouve falar. Para compor este especial, entrevistamos cerca de dez ex-alunos da ESPM com idades variando entre 30 anos (geração Y) e 22 anos (geração Z). E o resultado foi um mergulho no universo dos recém-formados, que começam agora a ganhar o mercado de trabalho e a trilhar carreiras de sucesso nos mais variados ramos da economia. Hoje, muitos são os caminhos que levam à construção de uma carreira! Mas, como diz aquela famosa expressão que remonta ao fato de que, no século 1, o Império Romano era o umbigo do mundo, com seus 80 mil quilômetros de estradas, “todos os caminhos levama Roma!” ou “todos os cami- nhos levam à carreira!”. É o que apontamnossos ex-alunos André Esteves do Amaral (analista pleno de trade marketing de Nutella na Ferrero), Cacau Lima (diretor de estratégia da agên- cia de comunicação Iris), Caio Zirlis (analista sênior da área de relações governamentais da Amcham Brasil), FábioMartin (analista pleno de comunicação corpora- tiva da LatamAirlines), os sócios Pedro Fischer e Victor Freire (fundadores da fintech Flow.in) e Stenio Moura (diretor de atendimento da ID/TBWA). Em comum, todos apresentam um propósito claro na vida e um desejo de construir uma carreira — mui- tos deles em multinacional! Tais fatos estão registra- dos em um estudo recente da Box1824, no qual 63% da geração Z aparece como defensora de toda causa ligada à identidade das pessoas — de gênero, etnia ou orienta- ção sexual, sendo que as minorias se tornaram temas centrais de movimentos contra homofobia, racismo, machismo, xenofobia, entre outros. Segundoo levantamentodaBox1824, esses jovensnas- ceramemummomento de prosperidade e crescimento econômico do Brasil. Porém, na adolescência, enfren- taram uma crise política e econômica após as eleições presidenciais de 2014. E agora são adolescentes que se engajam emmovimentos de contestação ao governo — seja para um lado, seja para outro. Por isso, eles desen- volvem um forte senso crítico, que se torna um traço marcante na sua identidade. E é com esse criticismo que eles ingressamnomercado de trabalho, discutema crise no Brasil, enfrentam a recessão econômica e pro- curam respostas paramelhorar a situação do país, sem fugir da sua responsabilidade. Mas quandooassuntoé carreira, osnossos jovens têm certa insegurança em relação ao futuro. Eles são mais pragmáticoserealistasqueageraçãoanterior. Tambémse preocupammais comodinheiroeentendemque,mesmo que não tenhamumempregodos sonhos, a carteira assi- nada é umcaminho para a estabilidade financeira. A importância da carreira para essa nova geração de profissionaisficaclaranográficoque respondeàseguinte pergunta: qual é o seumaior medo no futuro? Oquesito QUAL ÉOMAIORMEDODOFUTURO Propósito, solidão e família Outros Não ter uma carreira Não ter propósito Solidão Não tenhomedo do futuro Não ter uma família Não ter dinheiro 1,4% 18,5% 17,4% 17,3% 15,7% 15,6% 12,7%

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