Revista da ESPM
REVISTA DA ESPM | JANEIRO/FEVEREIRO/MARÇODE 2020 56 CACAU L IMA | AGÊNC I A I R I S Montesuanarrativasempressa! Em dez anos, Cacau Lima mudou nove vezes de emprego até chegar ao posto de diretor de estratégia da agência de comunicação Iris. Hoje, ele sabe que não era preciso ir com tanta sede ao pote! Plano inicial “Quando entrei na ESPM, eu tinha uma vaga noção do que era publicida- de. Achava que ia aprender a gravar comercial e fazer RTV. Logo na pri- meira semana de aula, me apaixonei por marketing e decidi que ia traba- lhar em uma multinacional. Mas, como eu sabia mexer no Photoshop, o destino acabou me guiando por outro caminho. Acabei entrando para o Arenas ESPM — primeiro como dire- tor de arte, depois como diretor de criação — e fazendo carreira no mun- do da publicidade. Cursar a ESPM foi transformador!” Sonho versus realidade “Ingressei no mercado de trabalho por meio de um estágio na agência Agnelo Pacheco. Depois fui estagiar na Lowe. Após um ano e meio, fui para a área de planejamento da agência Babel. Oito meses depois já estava atuando na área de planejamento da Iris, agência britânica de comunicação focada em mídia digital. Em 2014, voltei para a Lowe e lá permaneci como supervisor de planejamento por mais um ano e meio, até retornar para a Iris como gerente de planejamento. Em 2018, assumi um novo desafio no planeja- mento de eventos da B/Ferraz. Seis meses depois, virei consultor de um projeto de inovação do Santander. Até que em maio de 2019 retornei para a Iris no posto de diretor de estratégia, onde estou até hoje.” A prática da teoria “Foram muitas idas e vindas, mas cada nova experiência profissional me permitiu aprender algo novo sem- pre na área de planejamento, onde atuo há mais de dez anos! Há dois anos, voltei para a ESPM e fiz um cur- so Master em ciências do consumo, que me abriu a mente com os arquéti- pos de Jung — ensinamentos que uso muito no processo de desconstrução e análise da imagem das marcas. Esse aprendizado trouxe inteligência ao meu raciocínio. E esta não foi a primeira vez que a ESPM ampliou meus horizontes. Lembro de um en- sinamento que carrego para a vida, desde a época da graduação, quando um professor plantou a seguinte ideia na classe: sabe o que vai diferenciar você do sujeito ao seu lado? O seu repertório, ou seja, as viagens que fez, os livros que leu, as peças de teatro e filmes a que assistiu… Desde então, passei a investir na construção do meu repertório. Li de Jorge Amado a Dostoiévski e me desafiei a manter a minha biblioteca mental sempre atua- lizada. A fórmula deu certo!” O futuro da carreira “Hoje, tenho um papel de liderança em uma empresa bacana, que me per- mite trocar experiências e cases com os 13 escritórios que a Iris mantém em 11 países e assim construir um ra- ciocínio multicultural e globalizado. Gosto do que faço, mas sei que a ca- deira de planejamento é volátil, prin- cipalmente se considerarmos as mu- danças que estão por vir no universo da comunicação. O futuro da minha carreira depende do desenvolvimento de diversas competências, como sa- ber conectar o desafio do negócio com a estratégia de canais de mídia ou ainda a capacidade de ligar dois pon- tos distintos em um raciocínio lógico. É esse repertório variado que me dá agilidade na hora de executar um job. Por isso, me desafio a ler um livro por mês. Acabei de ler As horas , de Michael Cunningham (Cia. das Letras), co- mecei um curso de espanhol e estou flertando com o plano de iniciar um mestrado. Gosto da ideia de dar aulas e da possibilidade de servir de canal para democratizar o conhecimento. Talvez, uma carreira acadêmica me espere no futuro!” Lição de vida “Baseio-me no conceito de eudaimo- nia para atingir uma carreira plena, que não está necessariamente ligada ao cargo que você ocupa. Afinal, su- cesso não deve, de forma alguma, ser considerado sinônimo de felicidade! Sempre tive muita pressa em conquis- tar minha independência financeira e direcionei a minha carreira para fazer dinheiro, uma vez que minha mãe é do Recife, meu pai mora na Flórida e eu queria me sustentar sozinho em São Paulo. Hoje, aos 30 anos, olho para trás e vejo que eu não precisava ter tanta pressa. Ao encarar todo tipo de job ‘para ontem’, eu não priorizei minha saúde e acabei adoecendo. Até que saí da agência direto para a UTI com uma crise de pancreatite. Minha jornada poderia ter sido mais suave e com menos desespero. Bastava eu seguir os passos dos profissionais ‘ high performance ’ da história, que se desafiam constantemente a serem hoje melhores do que foram ontem.”
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