Revista da ESPM
REVISTA DA ESPM | JANEIRO/FEVEREIRO/MARÇODE 2020 64 STEN IO MOURA | I D/ TBWA Especialistaemcaçar problemas e conectarpessoas! Durante sua trajetória, Stenio Moura aprendeu tudo sobre empatia profissional e a importância de olhar o mundo com os olhos do outro. Resultado: virou um caçador de problemas, que agora ensina ao mercado como interpretar as dores dos clientes! Plano inicial “Diferentemente da maioria dos alunos da ESPM, eu não sabia o nome de umpu- blicitário sequer, mas no fim do ensino médio fiz um teste vocacional que apon- tou uma vocação para a área de comu- nicação. Escolhi a melhor no assunto, semsaber oque eu seriano futuro. Saí da primeira aula de marketing direto para a livraria. Comprei o clássico do Philip Kotler e devorei o livro da orelha até a última folha. No primeiro semestre, tirei a nota mais alta da sala. Até minha mãe estranhou, porque na escola eu costu- mava ficar de recuperação. A ESPM me ensinou que, no mundo dos negócios, nada é por acaso. E eu nunca mais fui o mesmo. No supermercado, por exemplo, não consigo passar pelas gôndolas sem ler nas entrelinhas o que as marcas fa- zempara conquistar seus clientes!” Sonho versus realidade “Na faculdade, fiz estágio na MCR Pro- dutora de Áudio, na Claro e na Pfizer. Mas, depois de formado, não sabia se continuaria no mundo dos negócios, viraria produtor de som ou se investiria na carreirademúsico. Nadúvida, fuimo- rar na Inglaterra. Quando voltei para o Brasil, emmeados de 2008, fui trabalhar na área de atendimento da Super Produ- ções, para clientes como Nokia e Vivo. E peguei gosto por fazer a ponte entre o cliente e o pessoal de criação da agência. De lá, segui como atendimento de mais três agências: a Mix Brand Experience, o Grupo Doca e a Simple Comunicação. Até que em2013 eu, literalmente, casei e no ano seguintemudei de SãoPaulopara Goiânia, embusca de umamelhor quali- dade de vida. Mas o que encontrei foi um mercado pequeno, sem verba e muito regional. Fui trabalhar com empresas familiares, precisei me reinventar como profissional e acabei entendendo o que é a famosa ‘dor de dono’, o ownership , e que mais importante do que a comunicação é a saúde do negócio. Em 2017, voltei para São Paulo no cargo de gerente de negócios da Bullet, a convite de Eduardo Andrade, que fezESPMcomigo.” A prática da teoria “A ideia inicial era seguir carreira na Unilever, como queria meu pai, que se aposentou como diretor financeiro da Refinações deMilho Brasil, na época em que ela foi comprada pelamultinacional. Mas, quando voltei para São Paulo, eu vi que estava muito defasado em relação ao mercado e passei um ano estudando e me atualizando para retomar o tempo perdido. Acabei descobrindo uma nova forma de trabalho. Digo aos clientes que não quero briefing e sim que eles me contem seus problemas! Eu preciso descobrir qual é o problema real desse clienteparapoder oferecer aeleamelhor solução, que nem sempre está relacio- nada a uma estratégia de marketing ou comunicação. Vejomuita gente testando e errandomuito, exatamente por não sa- ber qual é o problema. Então, o primeiro passo émergulhar no negócio do cliente para descobrir qual é oproblema real.” O futuro da carreira “Asagênciasvivemumacriseexistencial e estão tentando entender as novas re- gras do jogo. Por isso, acredito muito em intraempreendedorismo e estimulo essa prática tanto na minha equipe quanto nos clientes. Mas tenho consciência do quanto é difícil praticar isso no dia a dia, porque a empresa precisa abrir a possibi- lidadedeofuncionáriointraempreender. E esse é um processo que vai além do lado financeiro. A lógica é outra: o intra- empreendedor atua como se o negócio fosse seu e, a partir daí, teoricamente você gera valor, se torna valor e pode co- brar por isso. A iD/TBWA entendeu esse meu lado intraempreendedor, sabe que eu quero trabalhar em projetos maiores, que vão além da comunicação, e a cada diame oferecenovos desafios. No futuro, quero ser um estrategista de negócios. Eu posso, por exemplo, ter uma franquia e ensinar as pessoas a direcionar negó- cios — desde a operação de vendas de determinada categoria até a campanha de comunicação.” Lição de vida “No final, somos todos grandes vende- dores de projetos e ideias. Então, antes de tudo, é preciso aprender a vender. Não existem barreiras para o aprendizado, dentro ou fora da universidade, que vai atuar cada vez mais como um hub se conectando a outras frentes para pro- porcionar novos conteúdos aos alunos. Nesse ponto, a ESPM tem um grande di- ferencial, porque atua como facilitadora desse processo ao preparar seus alunos para ser aquilo que eles quiserem. Saí da ESPMcientedequeametodologiaé sem- pre a mesma: você estuda a categoria, entende o consumidor, cria uma marca e propõe um posicionamento. Se você entender isso, pode trilhar a carreira que quiser... numa agência, numa empresa ou dentro de uma universidade, criando um curso para mostrar para as pessoas como caçar e solucionar problemas!”
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