Revista da ESPM
ENTREVISTA | CARLOS AUGUSTO JUNIOR REVISTA DA ESPM | JANEIRO/FEVEREIRO/MARÇODE 2020 98 Revista da ESPM — A Atlas Schin- dler conta hoje com mais de 5,5 mil funcionários no Brasil, que necessi- tam ter um conhecimento técnico e especializado para vender e dar ma- nutenção aos equipamentos de trans- porte vertical: elevadores, escadas e esteiras rolantes. Como essa multi- nacional centenária faz para atrair, capacitar e reter seus jovens talentos? Carlos Augusto Junior —No passado, a empresa investia muito em treina- mento, desenvolvimento e coaching com o objetivo de preparar o profis- sional para o mercado. Hoje, esse in- vestimento continua sendo feito, mas agora são os próprios executivos da diretoria que auxiliam na formação da equipe, o que garante a propaga- ção da cultura e dos valores da em- presa entre os novos membros. Um exemplo disso é o programa Radar de Talentos, que observa as pessoas com perfil de liderança, oferece a elas um curso de dez meses e acompanha esse desenvolvimento até omomento em que são promovidas a líderes. O interessante desse projeto é que cada executivo faz sua parte no treinamen- to desses profissionais, cujo desafio é oferecer soluções inovadoras para problemas reais da empresa. O di- retor financeiro, por exemplo, fica responsável por ministrar o módulo de finanças, eu ministro aulas de comunicação e liderança e por aí vai… Com isso, envolvemos toda a empresa na preparação dos futuros líderes da Atlas Schindler. Essa iniciativa come- çou na área administrativa e deu tão certo que já migrou para a área técni- ca, que vai a campo fazermanutenção de nossos equipamentos. Revista da ESPM — Na prática, como esse investimento tem contribuído para os resultados da companhia? Carlos Augusto — Minha trajetória aqui é um exemplo. Este é um casa- mento de 23 anos, cujos votos são renovados a cada ano, com novos desafios e inúmeras oportunidades de crescimento profissional e pessoal. Aqui, os profissionais ficamemmédia 10,5 anos conosco, sendo que esse ín- dice sobe para 16 anos entre os cargos de liderança. Atuamos emumsegmen- to no qual o conhecimento técnico é essencial. Treinar esses profissionais é caro e demorado. Daí a importância de trabalhar para ter um turnover baixo — meta que conseguimos por meio de iniciativas como o Radar de Talentos, um programa de desenvolvimento de liderança que movimenta toda a empresa. Uma vezpor ano, as áreas ad- ministrativas da matriz — da diretoria de operações até o departamento de pesquisa e desenvolvimento — se em- penham em treinar seus sucessores. A diretoria de operações, por exemplo, treina os futuros gerentes de filiais e operações, que até então eram os técnicos que faziam manutenção nos elevadores e agora estão cursando engenharia ou administração para crescer na carreira. É emocionante acompanhar essa evolução. Revista da ESPM — Como funciona essa mentoria? Carlos Augusto — Quando esses pro- fissionais chegam aos cargos mais altos da companhia, nós os treina- mos para seremmentores da nova ge- ração. Esse processo é um tremendo ganha-ganha, porque são os nossos gerentes e diretores que preparam e administram o conteúdo, usando recursos internos para desenvolver o seu time. Alémdo investimento baixo e do grande envolvimento que esse tipo de ação proporciona, todos são desafiados a encontrar soluções para problemas reais, que são vivenciados dentro da organização. Temos 64 mil colaboradores em todo o mundo, sen- do5,5mil funcionários noBrasil. Ago- ra, imagine se, em vez de formá-los internamente, eu tivesse de pagar a uma consultoria para contratar esses profissionais no mercado? Esse seria umcusto impagável! Revista da ESPM — Há tempos, a Atlas Schindler figura entre as melhores empresas para trabalhar no Brasil. Até que ponto esse tipo de programa contri- bui para esse reconhecimento? Carlos Augusto —Oprofissional tema chance de construir uma bela carreira na companhia. Basta querer! O Radar de Talentos, por exemplo, é composto por jovens profissionais, com apro- ximadamente três anos de empresa, que se destacam em determinada área e são indicados por seus gestores A Schindler tem 64 mil colaboradores no mundo, sendo 5,5 mil funcionários na filial brasileira, que apresenta um dos maiores índices de engajamento do grupo
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