Revista de Jornalismo ESPM

12 JANEIRO | JUNHO 2021 hánapraçaumatentativadeapli- carà internet umconceito consa- grado da indústria da comunicação. Aoperação é usar o termobroadcast paraamoldá-loaomovimentocomu- nicacional em rede que, ao fim e ao cabo, emulariaomovimentodanova broadcastização – arde a garganta ao falar, doem ouvidos ao escutar e “buga” a cabeça ao pensar. O fenômeno da broadcastização, unidirecional, tinha e ainda temaver com a velha mídia. O conceito se fir- mouquandoemissorasecanaisdetele- visão, rádios, jornais e revistas reina- vam nas comunicações com a “difu- são”. Em poucas palavras, os agen- tes midiáticos produziamos conteú- dos e os distribuíam numa operação única, de cima para baixo, com pou- quíssimaouquasenenhumainteração. Avelhamídia fabricavaos conteúdos eopúblicoseconformavacomeles.E isso iamoldandooespaçopúblicoem funçãodoenormepoderqueelatinha. Por contadissoéquea imprensaaca- bou sendo rotulada de quarto poder, outro conceito que definha. O termo broadcast apareceu em meados do século 18, como algo “exibido por dispersão”. É a conju- ção de “broad” (amplo) com o par- ticípio passado do verbo inglês “ to cast ”, no sentido do ato de lançar, jogar ou projetar algo. Relacionado ao rádio e à televisão, seu uso data do início do século 20. Em 1927, o New Century Dicitio- nary definia a palavra como o pro- cesso de espalhar ou divulgar espe- cificamente mensagens de rádio, discursos etc. Logo em seguida, o conceito foi incorporado de forma abrangente à operação da televisão. O patrocinador da aplicação desse conceito centenário à atual situação das comunicações digi- tais é o jornalista e professor Leão Serva. Textos seus oferecendo o conceito de broadcastização para o fenômeno das mídias sociais foram e estão sendo publicados, como ocorre agora nesta mesma revista. Pode parecer perda de tempo ou masturbação mental entrar numa discussão como esta nummomento tão grave quanto o que a pandemia de Covid-19 nos impõe. No entanto, saber aocertocomo funciona a inter- net, que virou de ponta cabeça a indústria da comunicação, e deba- ter isso é importante, sim, princi- palmente agora que a indústria da mídia enfrenta no mínimo seis cri- ses simultâneas que a afetamde um jeitocapazdematá-la também–crise Broadcastização what? A internet não é umambiente unidirecional. É interativo e multidirecional. Ou seja, umamesma informação é compartilhada, redundada, retrabalhada e remexida profusamente CAIO TÚLIO COSTA IDEIAS + CRÍTICAS

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