Revista de Jornalismo ESPM

REVISTA DE JORNALISMO ESPM | CJR 3 EDITORIAL A Revista de Jornalismo ESPM/Columbia Journalism Review é o resultado de um casamento feliz – que está completando dez anos – entre a ESPM e a Escola de Jornalismo da Universidade Columbia, no qual vigora a normadequecada instituiçãoentracommetadedocon- teúdo. Entretanto, como a nossa instituição-madrinha publica duas edições por semestre –, enquanto publica- mosuma– frequentementenosvemosdianteda tarefaàs vezes árduade conjugar dois temas importantes emum. Foi o caso, desta vez. Nossos colegas estaduniden- ses, em plena pandemia, perguntavam-se E agora? E na edição seguinte, já diante do fim da calamidade, analisavam o trabalho dos jornalistas, dos principais veículos dos Estados Unidos – e concluíam com uma pergunta existencial: O que é, hoje, o Jornalismo? Inspirados pelos textos columbianos, nossa relativa- mente pequena redação veio com a proposta, já com o leiaute da capa: E agora, José? Sei que a solução é intra- duzível, mas não consigo imaginar nada melhor! Anna GabrielaAraujo, nossaeditora-assistente, explicao título com clareza (ainda que seu autor, o poeta Drummond, pudesse ter dificuldades de entendimento, no início dos anos 1940).Os colaboradores seniores, LeãoServaeCaio Túlio Costa criaram instrutivo dueto sobre broadcasti- zação (leia os artigos!). Nosso “líder”, o editor-chefe da CJR, Kyle Pope, do alto da sua experiência, afirma: A Imprensa é forçada a se reinventar . Temos, em seguida, os artigos traduzidos, que mos- tram as reais ansiedades e as soluções engenhosas que diversos profissionais estadunidenses ao atual – Prevendo o presente “Prever é muito difícil, especialmente em relação ao futuro.” niels bohr e internacional – sufoco. Ouso afir- mar que este exemplar da ESPM/ CJR não está mostrando um con- flito entre redes X jornalismo tra- dicional. Mas, de fato, não uma, mas há várias luzes otimistas no fim do túnel, ainda que de brilho relativamente limitado. Uma pesquisa recente, realizada pela Columbia junto com o Inter- national Center for Journalists, mostra uma fotografia inédita a respeito da crise que ainda esta- mos vivendo, feita em 125 países de todo o mundo. E melhor ainda, para você, leitor brasileiro: nossa redação investigou osmesmosproblemasporaqui, cujos dadossãoapresentadosnasequência, bemcomouminédito levantamentodenovas formas de comunicação jornalísitica, desenvolvidas por pequenos grupos – e até por profissionais solitários. Damos, também, boas-vindas em nossas páginas a um dos mais antigos e queridos conselheiros da ESPM, Roberto Duailibi, que assina a seção Creden- cial – que encerra a edição. Quanto ao título e à citação deste editorial, gos- taria de permitir-me recordar um assunto mais ou menos pessoal. No início dos anos 1970, fui con- vidado por Roberto Simões, escritor e jornalista, a colocar em forma de livro umas apostilas sobre previsão de vendas de aulas que dávamos juntos no CTD – Centro de Treinamento e Desenvolvimento. Na pesquisa bibliográfica que fiz, encontrei a frase do físico dinamarquês Niels Bohr – que me fez, e a amigos, rir do seu aparente cinismo. Prever, na época, era o resultado de uma operação simples: prolongar uma tendência e tentar inferir, ou adivi- nhar, quais os fatores fora da curva que a poderiam afetar. A tendência, então, era facilmente medida através de uma equação composta de números reais, prolongada por um processo chamado extrapola- ção. Toda essa informação preexistia ou era relati- vamente fácil de obter. Pois não mais. Agora, é o próprio presente que se tornou imprevisível. j. roberto whitaker penteado Editor

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