Revista de Jornalismo ESPM - 28

REVISTA DE JORNALISMO ESPM | CJR 19 DIVULGAÇÃO emmoderação de conteúdo e checagemde fatos; fizeramquestão de avisar que estavam criando coisas para ajudar, como o Facebook News Tab. Édifícil, no entanto, determinar qual oresultadodessasmudanças todas, já queosdados sãoescassose incompletos. Essa falta de transparência é algo que frustraGordonCrovitz, ex-editor do Wall Street Journal e um dos fundadores da NewsGuard, que classifica fontes de notícias com base em sua credibilidade. “Google, YouTube, Facebook e Twitter são instituições que, como sabemos, avaliam a qualidadede fontesdenotíciasdedistintas maneiras”,disseCrovitz. “Mas, sevocê éumaorganização jornalística equer saber como é avaliada, pode ir e perguntarcomoessessistemasfuncionam eelesnãodirãonada.”Ésóveromistériopor trásdo seloazul de contaverificada no Twitter ou o escopo absurdamente amplo da categoria “mídia/ notícias” no Facebook. “O problema é, basicamente, a incapacidade fundamental deentender conceitosbásicos do jornalismo”, observa Crovitz. Ainda assim, uma leva de acadêmicos conseguiu compor um retrato geral de como empresas de tecnologia lidamcomcada fonte de notícias. “Sabemosqueháumataxonomianessas empresas, pois jávimos aumentareme reduziremavisibilidadedeveículos de comunicaçãodequalidade”, afirma Jennifer Grygiel, professora assistente de comunicação na SyracuseUniversity. Internamente, plataformasclassificamjornalistasemeios, além de fazerem certas designações, que são então usadas para criar algoritmospara sugestõespersonalizadas de notícias e produtos jornalísticos. Muito raramente, essas designações são usadas para aplicar rótulos. Grygiel teve papel fundamental em apontar o problema e fazer pressão para que plataformas rotulassem meios de controle estatal, como oRussiaToday (RT) e o chinês People’s Daily. Emmeados de 2020, oFacebookdisse que passaria amarcarmídias estataisnaplataformaeno Instagrame impediriaquedirecionassempublicidade a usuários nosEstados Unidos (hoje, a página do RTno Facebook traz um rótulo indicando que o meio “pode estar parcial ou totalmente sob controle editorial de um Estado”). Pouco depois, o Twitter anunciou que também rotularia meios de controle estatal. A prática nessa área, no entanto, não é muito coerente: ainda que uma página seja marcadanoFacebook, conteúdos isolados – um vídeo do RT, digamos – seguemvagandopelaplataforma sem rotulagem. EoFacebook se recusoua identificar o Voice of America como mídia estatal – o que criou um problemaço quando, no ano passado, Trump decidiu trocar a equipe do programa por fiéis propagandistas. Osprimeiros ensaiosde rotulagem

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