REVISTA DE JORNALISMO ESPM | CJR 27 do LosAngelesTimes –conhecido.De láparacá,DeFrancojáteveum“vlog” e tambémum“SourceFed”, umcanal focado em notícias. Em 2012, com verbadoGoogle, foi cobrirasconvençõesdospartidosDemocrataeRepublicano nos Estados Unidos. No ano seguinte, a Revision3, braço da DiscoveryDigitalNetworks, comprouos direitos sobre todooacervodecanais emercadoriasdeDeFranco, queficou alojado na estrutura da empresa até 2017, quando, como ele disse em um vídeo, “pela primeira vez em quatro anos voltei a ser umcriador independente”. Semperder tempo, anunciou seu Patreon, “para garantir que nenhuminteresse empresarial possa manipular e controlar o modo como a informação é apresentada”. Semuma isca que viralize como o “vídeodospeitosdeDeFranco”,quem se aventura por esse jornalismo personalista, oupelouniversode “semijornalistas/influenciadores”, temmais chancede sedar bemse já tiver certa fama (normalmente conquistada em instituições tradicionais, com seus respectivos pontos cegos). O Substack, por exemplo, foi atrásdenomes consagrados como Matthew Yglesias, AnneHelenPetersen eAndrew Sullivan, que, comsuabase fiel de fãs, pareciam uma aposta certeira (no caso de Yglesias, um dos fundadores daVox, realmente foi: oSubstack deu a ele um adiantamento de US$ 250 mil e, graças a seus 9,8 mil assinantes, Yglesias tem tudo para faturar mais de US$ 800 mil ao ano). “É a economia do influenciador”, disse Socolow – que não vê, no entanto, a possibilidade de que muita gente desconhecida chegue a esse estrelato bem pago. E, digamos que a pessoa consiga emplacar em alguma plataforma. Criar uma marca cuja monetização sejasustentável requer interaçãocom o público, o que toma muito tempo. Jessica Yellin, que cobria a Casa Branca para a CNN, agora comenta notícias e faz entrevistas diárias por streaming noInstagram; assinantesno Patreonganhamconteúdoadicional: bastidores e chats via Zoom. Yellin, que trabalha de 15 a 18horas por dia, também interage com o público por DM, oumensagemdireta, ena seção de comentários: “É a atividade diária das horas vagas”, explicou ela via e-mail.EmilyAtkin,quetemumSubstack sobreoclima (Heated), configurou sua conta de e-mail para dispararumarespostaautomática“deuma mulhermuitoocupada”;mesmocom umacargade trabalho imensa, elame disse que tenta enviar pelo menos cinco matérias de peso aos leitores por dia e responder a DMs no Twitter. “Eu tento ler os comentários dos artigos todo dia, pois só assinantes pagantes podem comentar. E tento curtirouinteragirdealgumamaneira, pois esse contato direto comigo significa muito para as pessoas.” Jay Caspian Kang, que tem uma newsletter no Substack e um podcastnoPatreon(It’sTime toSayGoodbye) junto com E. Tammy Kim e Andy Liu, faz questão de responder a e-mails de leitores. “Essa interaçãocomgenteque vocênãoconhece lembra um pouco os primórdios da internet”, avaliaKang, completando: “Você acaba tendo um contato com as pessoas mais profundo do que o processadopelos filtros noTwitter”. Àmedida que a Goodbye for evoluindo, podeserque issodeixemenos tempo para o trabalho jornalístico – Kangé repórter especial da NewYork Times Magazine –, embora ele ache que o novo projeto é, sim, um bom investimento. “Parei para pensar e concluí quenãoposso simplesmente ficar escrevendo para revistas pelos próximos dez anos. O que eu ganho com isso não dá para sustentar uma família–etampoucomepagamplano de saúde; não recebo nenhumbenefício ou coisa parecida.” Sua esperança é que o podcast “cresça e chegue a umponto emque ajude a bancar parte da nossa vida”. Como crescer sem se vender Orestodependedacoerênciadoproduto. “Não vou falar que dinheiro é ruim, mas o que valemesmo é o trabalho que estamos fazendo”, afirma DeFranco. “De tudo o que eu já fiz, emboraagranasempretenhaentrado no cálculo, o que mais pesou foi o resultadofinaldoconteúdoquepoderíamos fazer ouque queremos fazer. Já é difícil fazer umtrabalhodoqual você se orgulha. Quando, alémdisso, é preciso lidar com todo o lado da produção – da gestão da comunidade à venda de publicidade –, fica fácil cometer erros.” Em 2018, por exemplo, a BetterHelp foi acusada deprestar informações falsas sobre a qualificação de seu pessoal de terapia on-line. Emumvídeo, DeFrancopenoupara rebater “acusações ridículas” de que estava ludibriando o público. No final, encerrou a relação comercial com a BetterHelp. Em janeiro passado, quandoacorretoradigitalRobinHood comprou briga com praticamente toda a internet por suspender a negociaçãode ações daGameStop, DeFranconão titubeou: abriuovídeo nodiaseguintecondenandoveementemente a atitude da empresa e avisando que a cortaria da lista de futuros anunciantes. “Cortando relações
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