Revista de Jornalismo ESPM - 28

REVISTA DE JORNALISMO ESPM | CJR 33 conta já temmais de 913 mil seguidores e 36,7 milhões de curtidas, com vídeos que de vez em quando abordamos acontecimentos do dia, mas, commais frequência, vão para o lado do absurdo que é a marca da plataforma. No TikTok do programa de economia Planet Money, da NPR, vídeos explicativos às vezes optam pelo surreal: há pouco, a conta postou um vídeo com o título “Werner Herzog apresenta o Canal Erie”. Enquanto o TikTok é o reino do gracejo, o Instagram prima pela estética. Mona Chalabi, editora de dados do The Guardian, cria infográficos espetaculares que esmiuçam temas complexos – despejo de inquilinos, impostos, história da Palestina – visualmente. Ilustrações como as de Chalabi se difundiram tanto nas redes sociais que já há meios contratando gente para produzi-las. E, ainda que o conteúdo de um veículo no Instagram não seja um primor do design (CNN), as postagens em geral são dignas de compartilhar. Espaço físico Em 2012, quando a supertempestade Sandy atingiu com tudo a região de Nova York, localidades emzonas costeiras comoRedHook, no Brooklyn, ficaram sem energia elétrica ou água potável. Um centro comunitário local rapidamente virou uma central de assistência; ali, a população conseguia informações sobre fontes de aquecimento disponíveis, pontos de distribuição de alimentos e como solicitar o auxílio emergencial. Mais tarde, emum trabalho conjunto com grupos comunitários, o centro criou o RedHookHub, que hoje possui sistemas digitais e físicos de comunicação para manter o público informado sobre reuniões do conselho da comunidade, vagas de trabalho, inscrições para loterias de moradia e sacolões nas redondezas. EmChicago, o City Bureau, uma ONG local de jornalismo, organiza uma série de eventos que foram batizados de Public Newsroom e são conduzidos por gente da comunidade para abordar desde operações bancárias a agressões sexuais. A revista Scalawag – com repórteres em Atlanta, Durham e Birmingham – faz “Jubilees” por todo o sudeste do país. São eventos que dão destaque a autores e matérias de edições recentes e, depois, passam o microfone a poetas, artistas e músicos locais. Quando a pandemia começou, os eventos forampara o digital. “Depois de um ano difícil como nunca”, tuitou Scalawag, “precisamos todos de umpouco da tradição e da hospitalidade sulista para retomar o prumo.” ■ Savannah Jacobson é jornalista e editora da Columbia Journalism Review ILUSTRAÇÕES: JULIE MURPHY

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