Revista de Jornalismo ESPM

REVISTA DE JORNALISMO ESPM | CJR 15 jornalismo, não ao da segurança nacional. FelixMcKnight, presidentedaSociedade Americana de Editores de Jornais – Todo editor responsável enfrenta diariamente esse dilema editorial. WilliamC.Baggs, MiamiDailyNews – Umavez tomadaadecisãode segurar certas notícias, a pergunta seguinte é até onde ir e quando parar. PresidenteKennedy– Se a imprensa estiver aguardando uma declaração deguerrapara impor aautodisciplina exigida em circunstâncias de combate, posso apenas dizer que nunca nenhuma guerra representou uma ameaça maior a nossa segurança. Se a imprensa estiver esperando uma constatação de “perigo claro e iminente”, posso apenas dizer que o perigo nunca foi tão claro e sua presença tão iminente. Minneapolis Tribune – Circunstâncias de guerra fria e guerra aberta são parecidas, mas não completamente idênticas, e o exemploda censura durante uma guerra aberta não se aplica hoje. PresidenteKennedy – Nossomodo de vida, nossos valores estão sob ataque. Aqueles que se constituem como nossos inimigos estão avançando ao redor do globo. A sobrevivência de nossos amigos está em perigo. Minneapolis Tribune – Um conflito armado configura a mobilização maior de uma nação e muitas liberdades devem ser inibidas em nome da simples sobrevivência. Uma guerra fria, contudo, não configura um envolvimento tão pleno; ainda resta umúltimo passo: entrar em um conflito armado. Se nosso governo agir de maneira insensata, indolente ou irrefletida, podemos ser lançados a uma guerra nuclear mundial. O único meio de manter nossos cidadãos de olho em seus governantes nessa questão de vida oumorte é comumjornalismoalerta e responsável. PresidenteKennedy– Emtemposde perigo claro e imediato, a Justiça já determinouqueatéosdireitos supremosdaPrimeiraEmendadevemceder à necessidade de segurança nacional da sociedade. NewYorkHeraldTribune– Sobretudo emtempos de ameaça, opaís precisa de mais, e não menos, informação. Milwaukee Journal – A insistência do presidente Kennedy emuma atenção total e voluntária à segurança nacional pela imprensa do país nesses tempos, não menos do que emuma guerra aberta, é razoável e condizente. William Randolph Hearts JR., The HearstNewspapers– Ele deixa claro que estamos emuma guerra. Correspondente de guerra que fui, posso entenderanecessidadedesegurança. PresidenteKennedy– Se a imprensa americana vier a considerar e recomendaraadoçãovoluntáriadenovos mecanismos oumedidas específicos, posso garantir que iremos cooperar plenamentecomessasrecomendações. Philadelphia Inquirer – Pode ser aconselhável, do ponto de vista da atividade jornalística, que o governo crie um “bureau de informações sobre a guerra fria”, que não teria poder de censura, mas poderia servir como uma central de consultas da imprensa sobre o que constitui violação da segurança nacional em casos específicos. New York Herald Tribune – Não há necessidade demais organismos de restrição. McKnight – Nossa opinião é que não há necessidade disso no momento. PresidenteKennedy – Que não haja qualquer recomendação. E que não haja resposta para o dilema enfrentadoporuma sociedade livreeaberta em uma guerra fria e secreta. ■ os editories são jornalistas que compõem a equipe de redação da CJR “Em tempos de perigo claro e imediato, a Justiça já determinou que até os direitos supremos da Primeira Emenda devem ceder à necessidade de segurança nacional da sociedade” Texto publicado na edição impressa da Columbia Journalism Review (60th anniversary - 2022), disponível em www.cjr.org

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