Revista de Jornalismo ESPM

REVISTA DE JORNALISMO ESPM | CJR 25 do Washington Post. O jornalismo sóbrio e refletido do Financial Times e do Wall Street Journal destacou a força de ambos na cobertura de fatos de impacto mundial, enquanto veteranos da cobertura internacional como Richard Engel, da NBC, e a equipe da BBC mostraram o importante que é para organizações jornalísticas investir em gente com longa trajetória na cobertura de conflitos globais. O jornalismo que não fez a transição – da opinião para a reportagem, da especulação para fatos – se destacou por ser minoria. Na sexta-feira, espectadores do Morning Joe na MSNBC foram submetidos a uma interminável pregação por Joe Scarborough, da cadeira de apresentador no estúdio. Era a última coisa de que precisávamos emummomentonoqualmoradores deKiev estavampreparando coquetéis molotov na tentativa desesperada de defender a própria casa. Para a FoxNews, aUcrânia temsido uma humilhação. A emissora não só perde completamente para CNN e MSNBC em experiência na cobertura em campo, como também sua insistência, sobretudo no horário nobre, em cobrir o assunto como uma questão de política interna é totalmente equivocada. Houve muito mais notas dissonantes na cobertura emgeral sobre a Ucrânia – quase sempre quando as câmeras deixam de focar os repórteres na cena do conflito e voltam aos apresentadores nos estúdios. Estamos diante demeses de relatos e imagens horríveis vindos da Europa. A crise na Ucrânia irámostrar se redações ao redor domundo são capazes de evitar a arrogância e o nacionalismo, privilegiar a cobertura em campo e limitar o que dizemos àquilo que sabemos. Talvez seja pedir demais; em certos casos, já foi. Por ora, ainda no início dessa horrível guerra, alguns dos maiores meios do país estão passando no teste. ■ kyle pope é editor-chefe e publisher da Columbia Journalism Review ARQUIVO CJR/ ILYA PITALEV VIA AP

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