REVISTA DE JORNALISMO ESPM | CJR 29 listada NovayaGazeta, alertou: “Não sei o que vai acontecer agora”. A seguir, mais informações sobre os bastidores da guerra entre a Rússia e a Ucrânia: •Liberdadedeexpressãoemxeque: a lei de “fake news” da Rússia vale para todos, não só para jornalistas e meios decomunicação.Assim,moradoresde diversas cidades do país encararam a possibilidadedepenasseverasesaíram às ruas em protesto contra a guerra. Segundo a OVD-Info, uma organização independente de direitos humanos, quase cinco mil pessoas foram detidas. “Imagens feitas por repórteres na Rússiamostraramuma grande presençadepoliciaisemmanifestações emtodo o país, muitos paramentados paraabatalhaoudirigindocaminhões blindados”,relatao Post.“Jornalistasde meiosocidentais(...)mencionavamde forma velada a ‘situação’ na Ucrânia ao narrar a prisão de manifestantes”. O Meduza temuma galeria de fotos. • Realidade e fantasia: Maria Korenyuk e JackGoodman, da BBC, conversaram com ucranianos que têmparentesnaRússiaquenãoacreditam naquilo que contam sobre a invasão, aceitandoasnarrativas falsas difundidas pela mídia estatal russa. “Meus pais entendemque temuma ação militar em curso aqui”, disse à BBCumamulher chamadaOleksandra, que mora na cidade ucraniana deKharkiv e vive, portanto, os intensos bombardeios à cidade. “Mas eles asseguram: ‘Os russos vieram para libertar você. Eles não vão causar nenhum estrago, não vão te tocar. O alvo deles são bases militares’.” •Valor publicitário: para o NewYork Times, Tiffany Hsu mostra como o mercado publicitário ocidental reagiuà invasãodaRússia.Muitos anunciantes seguema toda, lançandocampanhas de solidariedade voltadas ao público doméstico, além de iniciativas para burlar a censura e infiltrar peçasdigitais cominformações verazes na internet russa. Outros andam ariscos. “Certasempresascomeçaram a bloquear a aparição de seus anúncios ao lado de notícias sobre a crise naUcrânia”, disseramaHsuespecialistas emproteçãodemarca. “As precauçõesecoamoesforço, em2020, de evitar conteúdo com palavras como ‘coronavírus’ e ‘pandemia’.” • Enquanto isso, no Reino Unido: segundo Gabriel Pogrund e Harry Yorke, do The Times, de Londres, o premiê britânico Boris Johnson seguiu em frente com a nomeação de Evgeny Lebedev – dono dos jornaisbritânicos Independent e Evening Standard e filho de um ex-agente da KGB–àCâmaradosLordes em2020 mesmo diante de certa resistência de autoridades de segurança. Johnson supostamente descartou a preocupação como “antirrussianismo”. Enquantoisso,BobSeely,parlamentar doPartidoConservador, deJohnson, nomeou e censurou advogados britânicos de renome que, segundo ele, ajudaramoligarcas russos a “intimidar” jornalistas (parlamentares britânicos são inimputáveis por declarações que fazem no Parlamento). ■ jon allsop é jornalista freelance na New York Review of Books, Foreign Policy e The Nation. Ele escreve o boletim informativo da CJR, The Media Today Bloqueados: o jornal Novaya Gazeta, cujo editor-chefe, Dimitri Muratov, recebeu o Prêmio Nobel da Paz, e o site de notícias Mediazona, editado por Sergei Smirnov, que na foto (centro) aparece em uma audiência judicial emMoscou, encerraram suas atividades na Rússia FOTOS: DIVULGAÇÃO
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