Revista de Jornalismo ESPM

REVISTA DE JORNALISMO ESPM | CJR 35 russos eque suspendia seus serviços devido ao “risco elevado de ação do Estado” e à necessidade de garantir a segurança de seus clientes e de “manter a integridade da internet global”. Certos observadores tememque o impacto de ser desconectada de redes sociais, da mídia tradicional e até da própria internet tornará ainda mais difícil para a população russa ter acesso a notícias confiáveis sobre a guerra e a permanecer em contato com gente de fora da Rússia que poderia dar um retrato mais fidedigno da guerra e de suas consequências. “Sem a internet, o resto do mundo não saberia de atrocidades que acontecem em outros lugares. E, sem a internet, cidadãos comuns de muitos países não saberiam o que está sendo feito em seu nome”, escreveu Andrew Sullivan, presidente da Internet Society. Ao The Washington Post, Mikhail Klimarev, diretor da Internet Protection Society, que defende liberdades digitais na Rússia, disse que “desligar a internet na Rússia significava cortar o acesso de 140 milhões de pessoas a pelo menos alguma informação verídica” – um ato cujas consequências inevitavelmente influenciarão parte da percepção sobre a guerra. O bloqueio de aplicativos e serviços ocidentais pode ser apenas mais umpasso rumo à visão do presidente russo Vladimir Putin de uma internet controlada pela Rússia, comrestrições parecidas ao chamado Grande Firewall da China. “Vai parecer um retorno aos anos 1980para quemviveu aquela época, pois subitamente a informação está de volta nas mãos do Estado”, disse ao The New York Times Alp Toker, diretor-executivo da NetBlocks, organização que monitora a censura na internet. mathew ingram é jornalista e redator-chefe de digital da CJR ARQUIVO CJR Acesso parcial à informação: o site do canal de TV russo RT é visto na tela de um tablet, enquanto o smartphone mostra a conta oficial do presidente da Ucrânia, Vododymyr Zelensky

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