Revista de Jornalismo ESPM

REVISTA DE JORNALISMO ESPM | CJR 39 terem migrado para Mariupol. Kostyantyn Batozsky, assessor político e um dos que fizeram essa mudança, disse a MacKinnon que Mariupol tinha cultivado “uma profunda resistência à narrativa russa”. Com a Rússia sitiando a cidade – e intensificando a disseminação de uma narrativa profundamente distorcida sobre sua ação ali –, expor a verdade ficou difícil; Mstyslav Chernov e Evgeniy Maloletka, da Associated Press, registraram as primeiras semanas da guerra no local antes de serem evacuados por soldados ucranianos que temiam que os jornalistas fossem capturados por forças russas e obrigados a se retratar. Na fuga, um deles levou consigo um cartão de memória, oculto em um absorvente feminino, com imagens de câmeras corporais feitas por Yuliia Paievska, uma paramédica local que registrou o esforço de sua equipe para salvar vidas (Paievska também é conhecida como Taira, nome que usa no World of Warcraft). A AP publicou as imagens. Paievska foi detida pelos russos, juntamente com vários jornalistas locais. A linha que separa seu trabalho e o deles é tênue também. Enquanto combatentes ucranianos na usina siderúrgica se rendiam, jornalistas da Agence France-Presse (AFP) entravam em Mariupol como parte de uma visita da imprensa organizada pelo exército russo. Os jornalistas no grupo não tiveram permissão para se aproximar da siderúrgica, informou a AFP. Mas, foram levados “a um zoológico no qual animais, incluindo ursos e leões, erammantidos em jaulas e estavam aparentemente em bom estado”. jon allsop é jornalista freelance na New York Review of Books, Foreign Policy e The Nation. Ele escreve o boletim informativo da CJR, The Media Today FOTOS: DIVULGAÇÃO Os horrores da guerra em Mariupol, gravados pela paramédica ucraniana Yuliia Paievska, conhecida como Taira. Em maio, depois de transportar o chip com as imagens em um absorvente, ela foi capturada pelo exército russo e libertada um mês depois

RkJQdWJsaXNoZXIy NDQ1MTY1