Revista de Jornalismo ESPM

REVISTA DE JORNALISMO ESPM | CJR 47 nalistas não comoartesãos,mas como meros braços – gente que desempenhava a função porque não havia máquina capaz disso. Mas também permite que meios de comunicação, tradicionais e novos, dediquem uma parcela maior de recursos ao trabalho de investigação e interpretação que nenhum algoritmo pode fazer – só o homem.” (...) “Instituições estabelecidas e novos atores, quem dedica o tempo inteiro ou só parte dele a produzir notícias, generalistas e especialistas – estafor Digital Journalism, daColumbia Journalism School, apontou como jornais e jornalistas estavamse adaptando aos novos tempos. “Antesdachegadadamáquinaavapor, todo produto têxtil era ‘artesanal’ – no sentido de que era feito por artesãos. Não era, no entanto, muito bem-feito; ohomemnão fabricava têxteis porque tinhaalgumahabilidade superior,mas por falta de alternativa. Amáquina a vapor transformou a indústria têxtil, encerrandoaparticipaçãohumanano grosso da produção básica de tecidos –mas criouuma levade novas ocupações para artesãos sofisticados, bem como para criadores de estampas e gerentes de fábricas. Anosso ver, algo parecido ocorre hoje no jornalismo. A ascensão daquilo que conhecemos por ‘imprensa’ coincidiu coma industrialização da reprodução e da distribuiçãodematerial impresso. Quando o custo de levar uma coluna de texto amilhares de pessoas começoua cair, organizações jornalísticas puderam canalizarmais recursosparaaprodução diária de conteúdo. Agora, estamos testemunhando uma mudança correlata: a automatização da coleta e da disseminação de fatos, e até de análise básica. Isso obviamentemexe comatividades que empregavamjor-

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