48 JANEIRO | JUNHO 2022 mos, todos, nos adaptando ao novo panorama. Aqui, o mecanismo mais importante de adaptação talvez seja reconhecer que estamos em meio a uma revolução – a uma mudança tão grande que a estrutura atual da sociedade não temcomo contê-la sem ser alterada por ela. Em uma revolução, estratégias que por décadas surtiramefeito podemsimplesmente deixar de funcionar (comomuitas já fizeram). Estratégias que pareciam impossíveis ou insanas há coisa de anos podem, agora, ser perfeitas para o novo cenário. Esse período não acabou – aliás, seu fimnão está sequer à vista; o futuro próximo trará ainda mais reviravoltas, de modo que até estratégias atualíssimas, com poucos anos de vida ( feeds RSS, blogs de jornalistas) podem se converter em recursos triviais, enquanto outras (a capacidade de caçar mistérios em vez de segredos, de levar à atenção do público vozes novas, que surpreendam) podemadquirir nova importância. Mais do que qualquer estratégia ou recurso, a principal virtude nesse novo mundo será o compromisso em se adaptar à medida que velhas certezas desmoronam e adotar novidades que ainda nem entendemos plenamente. E lembrar que a única razão para que tudo isso importe, e não só para quem segue trabalhando no que antigamente chamávamos de indústria jornalística, é que o jornalismo – a exposição de fatos que alguém, em algum lugar, não quer ver publicados – é um bem público essencial.” Seguimos discutindo o tema nas páginas da Revista de Jornalismo ESPM, em busca de uma resposta para a seguinte questão: qual é o papel do jornalismo e do jornalista na era da pós-verdade?No primeiro semestre de 2017, o Especial Jornalismo Pós-verdade tenta apontar novos caminhos e levantar discussões a respeito desse assunto, como aponta Emily Bell, diretora do Tow Center for Digital Journalism na Columbia Journalism School: “Semuma visão independente e bemENQUANTO ISSO NO BRASIL... AjornalistacatarinenseAneliseBorges, únicabrasileiraacobriraguerraentreRússiaeUcrânia, registraosmomentosmarcantesdesuatrajetória
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