Revista de Jornalismo ESPM

REVISTA DE JORNALISMO ESPM | CJR 5 a Unesco, nos cuidados que toma com as conjunturas do Sul Global, tomou a si a tarefa de iluminar a complicada história e a variedade das dinâmicas sociais, econômicas, culturais, tecnológicas e políticas da desinformação, com as precauções necessárias para evitar soluções simplificadoras. Entre as consequências inócuas dos remédios simplistas encontra-se aquela de passar a impressão de que a solução dos males está próxima. As fake news e a desinformação, em suas conexões e diferenças, por que usar um ou outro termo e suas respectivas tipologias é um assunto que se desdobra em subtemas, tais como: a) os desgastes que tudo isso provoca na necessária credibilidade nos meios informativos legítimos e nas tarefas que cabem ao jornalismo ético e profissional; b) a lógica perversa da disseminação com que operam as redes sociais; e, para completar, c) os impactos degradantes que provocamna vida pública, no exercício da cidadania profícua e nos ideais da democracia. São temas que já foram tratados e esmiuçados em tantos detalhes que deixam poucas brechas para novas entradas. Parece que chegamos ao ponto emque os discursos contra a desinformação já chegaram, eles mesmos, ao ponto da hiperinformação. De todo modo, isso não deve ser casual ou inapropriado, já que aquilo que começou como uma enxurrada, converteu-se em dilúvio e hoje nos assombra como uma voragem. Por isso, as fake news e a desinformação têm inquietado as mentes de todos nós que nos julgamos seres pensantes e entristecido nossos corações desalentados diante da dissipação de valores responsáveis pela dignidade do humano, entre eles, em especial, aqueles que podem garantir a integridade do homo politicus com que sonhou Aristóteles. O campo da prática, ou seja, da luta travada no corpo a corpo, abriu- -se em um leque variado de iniciativas e formas de engajamento e ativismo que buscammitigar, mais do que isso, funcionar como barricadas de resistência na guerra

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