Revista da ESPM - 124

PARCERIA REVISTA DA ESPM | EDIÇÃO 124 | 2022 30 Hámuito tempoque omercadovemnotando umdéficit na formaçãodos atores jurídicos formadosnasgraduaçõesdeDireitodopaís, em especial aqueles que pretendem exercer sua atividadeno âmbitodos negócios internacionais. Isso porque os cursos jurídicos no Brasil, salvo raríssimas exceções, aindamantêmo formato do século XIX, comaulas magistrais, baseadas emmanuais obsoletos que não conseguem entender que o Direito já não pode sermais considerado somente umfenômenonormativo. Acontemporaneidadevemexigindoqueosatores jurídicoscompreendamosistemajurídicoemseucontexto,enão simplesmentecomoumsistemafechadoemsimesmo.Hoje jásesabequeDireito foradecontextopassaaserpretexto! E os pretextos nem sempre servem ao desenvolvimento econômico, social e sustentável. Semcontar que o próprio Direitovemmudando.Vemmudandodeforaparadentro,o que levouosaudosoprofessorAntonioCançadoTrindadea afirmarqueoDireitobrasileiro,apartirdaparticipaçãoefetivadoBrasilnacomunidadeinternacional,passouasofrer umarevoluçãodeforaparadentro,medianteaadesãobrasileiraaumconjuntosubstantivodenormas internacionais. E como se isso por si só parecesse pouco, o próprio Direito, na pós-modernidade, vemsendo desafiado a dar respostas a relações sociais comtranscendência jurídica que já não mais responde ao modelo da modernidade. Como bem indicou André-Jean Arnoud, no livro Governar sem fronteira: entre a globalização e a pós-globalização (Lumen Juris, 2007): aquele Direito foi pensado numa “... época em que o espaço tinha outras dimensões, onde o tempo tinha outra duração...”. Hoje temos consolidada uma vidaon-line eque inclui, ademais, outra tentativade reproduçãosocial apartirdaconstruçãodeummetaverso. Omomento atual já nãomais permite que se pense a vidaapartirdeuma lentebinária:mundovirtual emundo real. Ambos osmundos são reais. Não seria a redemundial de computadores um lugar emsi?AqueleAleph descrito por Borges, o genial escritor latino-americano do séculoXX, quando dizia que oAleph era o lugar de todos os lugares, assim descrito por ele em El Aleph (Alianza Editorial, 2003): “... el lugar donde están, sin confundirse, todos los lugares del orbe, vistos desde todos los ángulos”. Eondemelhorseencontraráeaprenderásobrecontexto, sobretudo no âmbito dos negócios internacionais, senão ao longoda formaçãonocursodeRelações Internacionais daESPM, que jáérenomadoereconhecidonomercadopor capacitardiplomatascorporativos?Comomesmocaráter inovador,ocursodeRelaçõesInternacionaisdaESPMexiste há 15 anos. Desde a sua concepção, o objetivo foi oferecer umaformaçãodiferenciada, fundamentadaevocacionada paraomundodosnegócios internacionais.Desdeo início, diferenciando-senomercado internacional, concebeu-se a diplomacia corporativa como o foco do profissional que só aESPMforma. Neste ambiente, o curso de Relações Internacionais da ESPM privilegia a formação de profissionais multidisciplinares, preparados para atuar emcontextos políticos, econômicos, sociais e culturais distintos, aptos a analisar, formular e implantar estratégias de relacionamento entre variados grupos de stakeholders, com capacidade de análise de problemas complexos, análise de risco e formulação de cenários em um ambiente de negócios internacionais e de transformação digital. Privilegiam-se a integração das áreas de conhecimento e a aplicaçãode competências tambémpormeiode projetos integrados, não apenas entre disciplinas, mas também comempresas, outras IES e stakeholders. Umexemplo é a atividade colaborativa internacional entre a ESPMe a Zuyd University of Applied Sciences, a qual ilustra uma outra vertente de exposição dos estudantes a respeito das competências ligadas tanto à gestão multicultural quanto à prática de idiomas e negociações. A formação multidisciplinar também faz parte do Direito ESPM. Em2020, umanovamatriz foi implementadanacionalmentenaESPM, refletindoasnovasmudançasnomercado de trabalhoena sociedade, equilibrando hard e soft skills e incorporando, sobretudo, atecnologia, a inteligênciaartificial ea transformaçãodigital noâmbitodas relações internacionais, alémdeampliaroescopodedisciplinaseletivas eosespaçosdemaioratuaçãoemrelaçõesgovernamentais e institucionais, relações com investidores e marketing global, privilegiando sempre a manutenção dos idiomas inglês e espanhol, e todos os conceitos doESPMLife Lab. Entre as possibilidades de convergência comRelações Internacionais, o Direito ESPM terá quatro eixos de formação: a) o das ciências jurídico-sociais, que representa o ensino do Direito clássico (mas commetodologias ativas de ensino e casos práticos e reais); b) o dos negócios, que representa o ensino de disciplinas de negócios; c) o da formação humanística, que abarca as disciplinas

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