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25 JANEIRO / FEVEREIRO DE 2008 – R E V I S T A D A E S P M Francisco Gracioso A SEGUIR FALAREMOS, SEPARADAMENTE, SOBRE ESTAS TRÊS CONDIÇÕES. 1. UNIDADE NA DIVERSIDADE Participei certa vez de uma força- tarefa organizada por uma con- sultoria internacional para tentar salvar uma empresa americana de alta tecnologia. Essa empresa foi pio- neira na introdução dos primeiros sistemas de automação industrial, nos anos cinqüenta, mas perdeu o ímpeto inicial e acabou sendo superada pelos concorrentes. A capacidade inovadora que havia demonstrado nos primeiros anos de vida simplesmente desapareceu. Os executivos principais ainda acredi- tavam que eram imbatíveis, mas na verdade aplicavam velhas fórmulas para enfrentar os novos problemas. Nosso estudo mostrou qual era a razão da decadência. A empresa ainda era dirigida pelo seu fundador, ex-engenheiro de comunicação do exército americano. Ele era um pro- tótipo perfeito doWASP americano: branco, anglo-saxão e protestante. Lutou na guerra da Coréia, deu baixa ao regressar e abriu o seu próprio negócio, graças ao seu espírito in- ventivo. Tudo correu bem enquanto a inovação dependia dele, mas a firma cresceu rapidamente e ele começou a recrutar seus auxiliares imediatos entre veteranos de guerra, parecidos com ele, na formação, valores e personalidade. Era impres- sionante a unidade de pensamento naquela empresa. Os colegas de gerência liam os pensamentos uns dos outros e concordavam auto- maticamente com eles. O ambiente de trabalho era muito agradável, mais parecia um country-club , mas as novas idéias deixaram de surgir. Todos achavam que as coisas já estavam bem e que não era preciso mudá-las, mas enquanto isso os competidores começaram a vencer as concorrências dos clientes, apre- sentando melhor qualidade e preços mais baixos. A empresa não encontrou em si própria a energia para reagir e acabou sendo vendida. Mas, a lição ficou. De fato, é muito mais agradável trabalhar com gente que pensa como nós, cujo comporta- mento acabamos prevendo. Mas, como já dizia Nelson Rodrigues, a unanimidade é sempre burra. Se quisermos manter a energia vital da empresa, é preciso aceitar as diferenças de opiniões e atitudes. Da mesma forma que o Criador fez os homens desiguais, para que se com- pletem mutuamente, nossa equipe deve ter a mesma diversidade que 1. A OBTENÇÃO DA UNIDADE NA DIVERSIDADE 2. OFERECER AO NOSSO PESSOAL UMA CAUSA DIGNA DE SER ESPOSADA 3. ESTRUTURAS E CULTURA ORGANIZACIONAL QUE FACILITEM O FLUXO DAS INOVAÇÕES NO SEIO DA PRÓPRIA ORGANIZAÇÃO Cabe à empresa, pelo exemplo de seus gestores, provar que Galbraith não estava certo. Foto:Andrey Volodov Google Images Ð
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