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26 R E V I S T A D A E S P M – JANEIRO / FEVEREIRO DE 2008 se encontra na natureza. Só assim evitaremos a unanimidade, a com- placência e o tédio. Como dizia Shopenhauer, o homem só tem duas escolhas: a dor ou o tédio e, desses dois caminhos, o primeiro é o mais prolífico. Cabe ao executivo principal, como maestro da orquestra, a responsabilidade de unir e harmo- nizar personalidades, interesses e temperamentos diferentes, da mesma forma que ocorre numa peça sinfônica. É difícil, mas não impossível, se integrarmos todos eles em torno das mesmas crenças e valores. A isto chamamos de formação e disseminação de nossa cultura organizacional. Da mesma forma que o pontífice romano, o CEO da empresa deve considerar a si próprio como o principal guardião dessa cultura. 2. UMA CAUSA DIGNA DE SER ESPOSADA As empresas de vanguarda subs- tituíram, há muito tempo, o pater- nalismo pelo pragmatismo, como filosofia de gestão. Pouco a pouco, forçadas pela concorrência acir- rada provocada pela globalização, as empresas deixaram de conside- rar-se responsáveis pelo bem-estar presente e futuro dos seus empre- gados. Muitas delas deixam hoje, muito claro, nas relações com seus funcionários, que eles não devem considerar-se ligados ao emprego por laços duradouros. Em troca, oferecem, aos executivos, mais dinheiro e mais oportunidades de sucesso. No entanto, sendo a na- tureza humana aquilo que é, essas duas coisas apenas não bastam. A partir de um certo ponto, as pes- soas precisam ter um espírito de missão para manter-se motivadas. Querem vestir a camisa da em- presa, mas, para isso, precisam de uma causa que vá além do salário e da realização puramente profis- sional. Nas empresas líderes, essa causa é encontrada nos sonhos para o futuro e no papel social que a empresa se propõe exercer. O CEO é o responsável maior por esses sonhos e cabe-lhe reparti-los com os seus pares. Para ele, o tempo corre mais depressa e ele envelhece mais rápido, pois os seus pensamentos estão sempre à frente do calen- dário. Para as pessoas comuns, é o presente que determina o futuro, mas para o líder é o futuro que determina o presente. Como dizia Shopenhauer, o homem só tem duas escolhas: a dor ou o tédio e, desses dois caminhos, o primeiro é o mais prolífico. Em contrapartida, notaremos que nós tam- bém manipulamos de diversas formas o destino profissional de nossos subordinados mais jovens, em momentos de inflexão em suas carreiras. Conselho às empresas Foto: Georgios M. W. Google Images

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