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35 JANEIRO / FEVEREIRO DE 2008 – R E V I S T A D A E S P M Mirela Tavares de trabalho é uma realidade bem particular da ESPM e mais precisa- mente em São Paulo. Mesmo em outras grandes universidades não precisa muito para se ouvir queixas de estudantes que reclamam da falta de oportunidades e da exploração de muitas empresas quando se trata de estagiários. Para Bernardes, que dirige o Cintegra, a diferença da ESPM se dá por vários motivos, entre os quais o foco da instituição em efetivamente preparar os alunos para a realidade do mercado de tra- balho, além da atuação do próprio Cintegra em efetivamente buscar oportunidades para eles. Atuação que tem resultado em percentuais significativos, como pode ser com- provado pelas pesquisas feitas a cada cinco anos pelo departamento. “Dos egressos (alunos afastados há mais de cinco anos da faculdade) de 2001/2002/2003, 93% estão empre- gados”, afirma a supervisora do Cin- tegra GraçaVieira, lembrando que a pesquisa do departamento só con- sidera na amostra quem realmente está trabalhando. “O nosso índice é tão bom que em 2006 recebemos um prêmio de Empregabilidade do Guia do Estudante, da Editora Abril”, completa Bernardes. PRATICIDADE E TRANSPARÊNCIA A consolidação do Cintegra tem le- vado cada vez mais empresas a fazer acordos de cooperação com o de- partamento e não com outras agên- cias de integração empresa/aluno que existem no mercado. “De dez contratos que nós assinamos, nove são feitos diretamente com as em- presas”, afirma Bernardes, que ga- rante que a oferta de estágios acaba sendo maior até do que a demanda dos estudantes. “Tivemos que criar um dispositivo para que o aluno pudesse desligar temporariamente as ofertas do Banco de Talentos do e-mail dele, devido à quantidade de mensagens eletrônicas que recebia diariamente.” Já as empresas tam- bém têm recorrido mais ao Cintegra devido às facilidades, como o fato de o departamento funcionar das 9h30 às 21h30 e não cobrar nada nem do aluno nem da empresa, além de atender aos pedidos de con- tratação, mesmo os mais urgentes, dentro do prazo. “A forma como são montados os cursos também propicia isso”, diz Bernardes, justificandoque, durante os quatro primeiros semestres, os alunos não são incentivados a estagiar.” Até porque a carga horária na faculdade é muito grande e eles estudam nessa fase durante o dia, e como os estágios podem ter carga de até oito horas fica inviável”. Bernardes ressalta que essa realidade só pode ser alterada se for aprovada a lei que limita a carga horária do estágio para seis horas. Alémde ir atrás de oportunidades para os estudantes e atuar, juridicamente, na preparação dos contratos de segu- ro de acidentes pessoais durante o estágio, o Cintegra orienta os alunos quanto à real necessidade de estagiar naquele período, questiona se não compromete a formação dele ou se a atividade que vai desenvolver está relacionada com o curso que o aluno está fazendo, além de acompanhá-lo durante o período em que estiver na empresa. Mesmo os alunos de cur- sos que não têm estágio obrigatório no currículo, como Comunicação, recorrem ao Cintegra. Já os de Ad- ministração eDesign são obrigatórios, assim como será o curso de Relações Internacionais, do qual Bernardes tam- bémé diretor nacional, que ainda está para formar a primeira turma. PREOCUPAÇÃO REAL O Cintegra procura atender ao aluno de todas as formas e tem um cuidado real com eles. “Quando se trata de Telemarketing, por exemplo, nemassi- namos contrato”, afirma Bernardes, que questiona o aluno se ele sabe que a proposta é basicamente para atender telefone. “Temos o cuidado não só de trabalhar com a questão jurídica, mas de mostrar que estamos atentos a tudo por meio de nossas avaliações, e assim as empresas também tomam mais cuidado em relação a isso.” Bernardes afirma que os problemas são “raríssimos”. “Tive um aluno que teve dificuldade de vir para as orien- tações no Cintegra, o que é previsto no contrato”, conta. “Mas bastou eu ligar e pedir para o responsável reler o contrato que ele foi liberado.” Um dos problemas a ser minimizado, porém, é a sede de muitos alunos em ser efetivado. “Por conta disso, há estudantes que, vislumbrando a con- tratação, não reclamam de empresas que forçam mais trabalho do que o combinado ou que os colocam em práticas que não têma ver como curso deles”, diz Bernardes. ATIVIDADES DO CINTEGRA Além dos estágios, seja os super- visionados (obrigatórios) ou ape-

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