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57 JANEIRO / FEVEREIRO DE 2008 – R E V I S T A D A E S P M Adriana Fellipelli Pericles Pinheiro Machado o cachorro), células do corpo e as- sim por diante. Qualquer que seja o arranjo, a comunicação implica a presença de algumas dimensões normalmente descritas como emis- sor, receptor, mensagem, forma, canal e propósito. A eficácia da comunicação não depende apenas da existência des- sas dimensões. Barreiras naturais de comunicação dificultam e às vezes impedem a transmissão íntegra da mensagem, seja pela interferência de ruídos, seja na maneira como são formulados, emitidos e recebidos os conteúdos. O feedback – mensagens verbais ou não-verbais que o receptor devolve ao emissor – serve para verifi- car e ajustar a clareza da comunicação no momento em que ela ocorre. Em nossa vida cotidiana, a comuni- cação eficaz pode ser resumida à ca- pacidade de escutar e compreender aquilo que nos é apresentado pelas outras pessoas. Desde pequenos aprendemos a nos comunicar, e a assimilação da linguagem é o que nos define como humanos e nos insere em uma cultura. Quando a mãe fala com o bebê recém-nas- cido, ela oferece a essa pequena pessoa (que não fala) os insumos fundamentais que ajudarão a formar sua capacidade de relacionar-se com o mundo. Ao longo da vida, o ser humano passa por diferentes processos de amadurecimento cog- nitivo e emocional, e espera-se que na idade adulta tenha alcançado a capacidade plena de comunicação e expressão. Mas quando olhamos ao mundo em nossa volta, fica muito evidente o quanto a comunicação eficaz é algo complicado de se colocar em prática. E no meio corporativo, essas dificuldades podem se tornar ainda mais acentuadas em decorrência das características específicas de cada empresa. Em uma agência de publicidade, a criatividade, a inven- tividade e a originalidade de idéias e de maneiras de se expressar são fatores altamente valorizados. Já uma empresa de auditoria possui valores e códigos de comportamento que prezam pela discrição e pela pre- cisão das informações transmitidas. Qualquer pessoa que apresente um estilo de comunicaçãomuito diferente daquele valorizado em seu meio terá, potencialmente, mais dificuldade para se fazer entender e conseguir o apoio e a aceitação de seus colegas. Essas diferenças de valores, códi- gos de comportamento, modos de avaliação da realidade, estilos de julgamento, atenção e valorização de determinados elementos em detrimento de outros, são caracterís- ticos não tanto das organizações, mas das pessoas que as compõem. A compreensão dessas diferenças pode ser fundamental para assegurar uma comunicação eficaz. Para tanto, diversas empresas têm lançado mão de recursos externos para auxiliar na gestão da comunicação. Um dos clássicos recursos utiliza- dos pelas empresas em projetos de coaching de equipes com a fi- nalidade de exercitar as capacidades de comunicação e expressão é o instrumento Myers-Briggs Type In- dicator – MBTI®. Criado na década de 30 por duas cidadãs americanas comuns – Katherine Briggs e Isabel Myers –, o instrumento MBTI® é um indicador de tipos psicológicos ba- seado na teoria do psicólogo suíço Carl Gustav Jung. O MBTI® consiste em um ques- tionário de 93 perguntas que tem por Qualquer que seja o arranjo, a comunicação implica a presença de algumas dimensões normalmente descritas como emissor, receptor, mensagem, forma, canal e propósito.

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