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73 JANEIRO / FEVEREIRO DE 2008 – R E V I S T A D A E S P M Andrea Sebben O paradoxo dessa cena é que todos sabem do papel fundamental que tem a família no fracasso ou sucesso da expatriação, do mesmo modo as questões afetivas envolvidas aí. Sabem também o conflito que é o retorno ao país depois de determi- nado período fora. No entanto, em nosso cenário brasileiro, as empre- sas ainda não dão a estes aspectos a importância devida, uma vez que negligenciam (ou desconhecem) um bom Treinamento Intercultural e todo o aporte que dele pode ad- vir: sensibilizar as pessoas para a disponibilidade e abertura, buscar o perfil correto a ser selecionado, fazer o acompanhamento e aconselha- mento na estadia, apoio aos familia- res, estudo do comportamento dos povos hospedeiros e de sua própria cultura, o reconhecimento das diversas categorias culturais de comportamento; a capacidade de aquisição de um idioma, capaci- dades sociais, ajustamento e perfil das crianças, o retorno planejado, as expectativas da volta com os da- dos da realidade que se encontra, entre tantos. Essas situações ocorrem tanto com grandes como com peque- nas empresas, pois o que está em pauta é justamente a necessidade de construir novas ferramentas na Gestão de Expatriados. Defendo algumas etapas: v primeiro, há de se ter objetivos claros para se expatriar um fun- cionário; v é preciso selecionar pessoas capazes de desenvolver um bom trabalho no país estrangeiro e que tenham competências interculturais suficientes para se adaptarem; v construir uma proposta econômi- ca e profissional atraente para que o funcionário se mantenha distante de seu país e, algumas vezes, de seus familiares; v treinamento intercultural cien- tificamente embasado que mu- nicie o sujeito para a interação e a negociação com seus parceiros estrangeiros; v apoio através de empresas espe- cializadas que lidem com reloca- tion 2 durante a saída e chegada; v supervisão sistemática dessa es- tadia do ponto de vista adaptativo profissional e pessoal; v e previsão e planejamento para o regresso. Consideramos sempre que um expatriado é um talento, porém, quando não se leva em conta todos esses fatores, o que deveria ser um investi- mento, torna-se um prejuízo substancial para a empresa. Ð

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