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André Cauduro D’Angelo 23 JULHO / AGOSTO DE 2008 – R E V I S T A D A E S P M desenvolvidas. Foi – e é − o caso de multinacionais brasileiras comoAm- Bev (hoje InBev), Gerdau, Embraer, Vale do Rio Doce (hoje Vale), e do setor agrícola e de alimentos como um todo: verdadeiras ilhas de ex- celência empresarial que emergiram em menos de duas décadas e colo- caram players brasileiros na primeira linha da economia internacional. Como foi construída tamanha faça- nha? Não é difícil imaginar que a concorrência global na qual es- sas empresas se inseriram jamais seria travada com base em esteios culturais identificados como ter- ceiro-mundistas, senão que em suas contrapartes desenvolvidas. As empresas citadas não obteriam êxito com base na improvisação, no jeitinho ou na corrupção, nem desprezando o conhecimento e a educação. O sucesso só seria pos- sível se, no microcosmo de cada uma dessas organizações, fosse con- trariada a suposta herança cultural do país em prol de um corolário tratado como inédito por aqui: ao invés de improvisação, planeja- mento; no lugar do apadrinhamento, meritocracia; em vez de preguiça ES PM Os problemas brasileiros não se- riam frutos, portanto, de elites egoístas ou nações primeiro-mun- distas opressoras ou mesmo de governos ineptos e mal intencio- nados, e sim de um DNA cultural defeituoso que, ao longo do tempo, só fez multiplicar suas imperfeições originais. O sucesso só seria possível se, no microcosmo de cada uma dessas organizações, fosse contrariada a suposta herança cultural do país em prol de um corolário tratado como inédito por aqui: ao invés de improvisação, planejamento; no lugar. Ð Companhia Vale do Rio Doce Gepp e Maia Google Images

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