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Fátima Motta a caça aos culpados, as demissões e os descartes de pessoas. Em nome do resultado perde-se a visão da realidade maior, seja da empresa, seja das pessoas, seja do ambiente e, por vezes, os estragos causados são bastante significativos. Basta lembrar do lixo que produzimos, responsável pela poluição dos ares e dos mares do planetaTerra, fruto, com certeza, da busca por muitos resultados. No entanto, ao líder é pedido que pense de forma estratégica e sistêmica, mas que não perca o foco nos resultados. Então, se o pensar mais amplo coloca em risco planos que levem a resulta- dos imediatos, é melhor não pensar ou ,se pensar, omitir-se. Por outro lado, sabemos que a globali- zação trouxe uma grande necessidade de centralização e uniformização de procedimentos, mas ao mesmo tempo pede-se flexibilidade e criatividade aos líderes e liderados. Essa briga se instala no interior de cada líder. Os riscos as- sumidos serão compensados? Quais os caminhos a seguir? Será, então, que a flexibilidade requerida serve para seguirmos novos controles quechegam sem muita clareza? A impossibilidade de questionar esses controles vai tra- zendo uma fala engolida por parte dos profissionais que, pressionados pelo resultado, partem para a execução desenfreada, sem questionar, sem se posicionar, atuandopor vezes de forma automática, fragmentada e alienada. FOCO NAS PESSOAS, UM DESAFIO Também é pedido que se cuide das pessoas, mas se os resultados não vierem... Nesse sentido, a liderança, por vezes pressionada, pressiona na mesma medida, é caça e caçador e, como conseqüência, o foco em resultados se sobrepõe ao foco nas pessoas. No entanto, do mesmo modo em que o líder é cobrado por resultados, é cobrado também por gerir pessoas e o gap apresentado se torna uma carência de desen- volvimento. E é assim que alguns líderes chegam aos programas de liderança – sentindo-se incapazes de entender as pessoas, às vezes com dificuldades em reconhecer suas competências profissionais, com a auto-estima baixa e sem consciência clara do seu papel. Não percebem, com clareza, a dualidade em que se encontram envolvidos e se esmeram para desenvolver técnicas em gestão de pessoas e em liderança, sem se dar conta que a mensagem que a empresa passa também é dual e não equilibrada, quando reforça com vigor que o foco está nos resulta- dos, nos números que precisam ser alcançados. Para conseguir esse foco, não dá tempo para olhar as pessoas, não Ð Fotos:AT&T Vivemos, então, ummomento onde a tecnologia une pessoas distantes, agiliza o acesso a informações, a produtos, resumindo, torna tudo mais fácil e rápido. Nas empresas, então, foco no resultado é a palavra de ordem de toda liderança.
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