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Sociedade pós-moderna 54 R E V I S T A D A E S P M – JULHO / AGOSTO DE 2008 dá tempo para observar suas di- ficuldades, nem parar para dar um feedback. No máximo, críticas, para que logo o desempenho seja corrigido e o resultado alcançado. Nesse cenário, as pessoas olham para seus computadores e para seus celulares em tempo integral. Deixa- ram de olhar para olhos humanos e de enxergar as cores da vida. O imediatismo passa a fazer parte integrante da relação entre líder e liderados. Richard Sennett, em seu livro A Corrosão do Caráter, ajuda- nos com algumas perguntas: “Como decidimos o que tem valor duradouro em nós numa socie- dade impaciente, que se concen- tra no momento imediato? Como se pode buscar metas de longo prazo numa economia dedicada ao curto prazo? Como se pode manter lealdades e compromissos mútuos em instituições que vivem se desfazendo ou sendo continua- mente reprojetadas?” 1 Mas, como, então, criar laços dura- douros com a equipe, se tudo pre- cisa ser resolvido de forma rápida e imediata? Por outro lado, os líderes são clamados para que retenham talentos, que formem sucessores, convivendo por vezes com a gera- ção Y, que apresenta, nitidamente, uma tendência à não-valorização de vínculos, profissionais que viram seus pais serem descartados depois de vários anos emuma mesma empresa, talvez por incompetência, talvez pela idade, e que aprenderamque carreira é o caminho que se faz sozinho, de forma independente e individual. Assim, a liderança tem, por um lado, um foco volátil e, por outro, liderados O ambiente, por sua vez, compõe-se de instituições com laços fracos, seja porque as pessoas são descartadas pelas empresas, seja porque as descartam, de tal forma, que, os vínculos mais duradouros são mais difíceis de serem constituídos. Mas, como, então, criar laços duradouros com a equipe, se tudo precisa ser resolvido de forma rápida e imediata? Por outro lado, os líderes são clamados para que retenham talentos, que formem sucessores, convivendo por vezes com a geraçãoY, que apresenta, nitidamente, uma tendência à não-valorização de vínculos, profissionais que viram seus pais serem descartados depois de vários anos em uma mesma empresa. Dominik Gwarek Google Images
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