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Fátima Motta e talentos, ou seja, ver a humanidade no outro talvez seja ainda um grande desafio. Depois desse desafio ainda tem o de lembrar dos aspectos posi- tivos e oportunidades demelhoria, que dependem fundamentalmente de uma observação acurada e acolhedora do outro, com uma intenção verdadeira de ajudar para que esse profissional seja ainda melhor do que é. Por fim, a coragemde falar de forma clara e amo- rosa o que foi observado. Desenvolver essas atitudes e comportamentos nos atuais líderes não é nada fácil, dado o foco no resultado e as inúmeras com- petências que são necessárias para a multifuncionalidade exigida nos nos- sos dias. Por outro lado, quem ouve o feedback , por vezes, tem sua atenção dispersa pelo volume de estímulos conscientes e inconscientes que o fazem compreensível em dimensões diferentes das esperadas e, como o vínculo não é dos melhores, a aten- ção ao ouvir, assim como a devida disposição paramudar, nemsempre se apresentamdeacordocomaexpectativa da liderança, que acaba tendo ainda mais motivos para desacreditar dessa técnica,emvezdeentendê-lacomovital paraodesenvolvimentodosverdadeiros talentos, tão desejados nas empresas. Arrisco supor que, lendo a este texto, stress e uma pequena taquicardia já podemser sentidas,mas, alémde viver tudo isso, os líderes recebem outra pressão: precisam ter e propiciar quali- dade de vida e equilíbrio emocional. Na prática, a qualidade de vida é invertida pelo trabalho que se estende por horas e horas a fio após o fim do expediente, sábados e domingos, celu- lares e lap-tops conectados em tempo integral. Como conseqüência, per- cebemos umaumento significativo de afastamentos, seja por doenças físicas e/ouemocionais. Emaisumavezo líder, então, é cobrado por não oferecer con- dições saudáveisde trabalho, apontadas de formabastanteclaranaspesquisasde clima. No entanto ele também se sente pressionado e doente. E AGORA? OQUE FAZER? Apósestaspoucasreflexões,constatamos que este quadro já é bastante familiar e talvez fique a pergunta: onde vamos parar? O que fazer diante disso? Res- postas certas e definitivas, acredito que ninguém as tenha, mas podemos tecer algumas considerações. Será que é um ser abstrato que nos joga nessa fogueira diária? Seráque a culpa édas empresas? Será que a culpa é da tecnologia? Seria muito mais fácil atribuir a culpa a algo externo e ficarmos isentos da res- ponsabilidade. Issonos tornaria também impotentes em relação à realidade que nos cerca. No entanto, talvez essa não seja uma boa alternativa para nenhum de nós, seres atuantes e conscientes. Cabe, então, à liderança se apropriar dessa dualidade em que vive e fazer escolhasverdadeiras, consideraros reais valores que pautam a relação entre as pessoas, restabelecendo sua própria dignidade e caráter. Uma escolha refere-se ao negócio e à empresa onde é posta a sua energia, a sua força de trabalho, suas emoções, seus pensamentos. É importante prestar atenção e observar se seus valores coin- cidemounãocomos valores daempre- Fica a pergunta: onde vamos parar? O que fazer diante disso? Respostas certas e definitivas, acredito que ninguém as tenha, mas podemos tecer algumas considerações. Na prática, a qualidade de vida é invertida pelo trabalho que se estende por horas e horas a fio após o fim do expediente, sábados e domingos, celulares e lap-tops conectados em tempo integral. Ð Google Images Google Images
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