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60 R E V I S T A D A E S P M – MAIO / JUNHO DE 2008 Responsabilidade socioambiental SOCIOAMBIENTAL E IMAGEM PÚBLICA DA PROPAGANDA No século XVI, o filósofo inglês Thomas More escreveu a sua fa- mosa “Utopia”, um estado perfeito onde reinaria a igualdade entre as pessoas, zelava-se pela natureza e vivia-se em harmonia, sem leis opressoras. O livro de Thomas causou muita impressão e algumas colônias inglesas na América do Norte foram organizadas segundo as suas idéias. Agora, o mesmo sonho retorna sob o nome de sus- tentabilidade, ou responsabilidade socioambiental. No mundo inteiro, políticos, intelectuais e empresários se aliam para difundir a causa da ética nas relações, cidadania, par- ticipação comunitária e proteção da natureza. Como vemos, não se trata de uma idéia nova, mero artifício da globalização. Muito pelo contrário, é o mesmo antigo s sociedades humanas sempre fo- ram contraditórias. Por um lado, a luta pela vida e a busca do sucesso e do poder, entre as pessoas, empresas e nações, traz à tona o pior de cada um, como já dizia Galbraith. Por outro lado, o sonho de um mundo ideal é recorrente na história da humanidade e nos acompanha desde as nossas origens mais remotas. Na mitologia celta há uma ilha encantada onde reina a eterna fe- licidade, sem fome e sem frio. Seu nome (imaginem só!) é Brazil. Entre os povos yanomamis que habitam o norte do Brasil há a crença de que lhes cabe “segurar a metade supe- rior da terra”, zelar pela natureza e deixar o mundo melhor do que o que recebemos. A “A concorrência traz à tona o melhor dos produtos e o pior das pessoas” J. K. Galbraith Google images JULHO / AGOSTO DE 2008
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