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Entrevista 68 R E V I S T A D A E S P M – JULHO / AGOSTO DE 2008 GRACIOSO – Sou cliente doBradesco há 43 anos, desde quememudei para o Brooklin, em 1965; é um banco onde me sinto bem. JÚLIO – Que bom, já me sinto à von- tade para conversar com o senhor. GRACIOSO – A edição de nossa Revista não é sobre RH, mas esta é uma área muito ligada à estratégia da empresa, a uma visão mais a longo prazo. Comentava como José Roberto sobre uma conversa que tive com o Fábio Barbosa... JÚLIO – Que hoje é presidente da Febraban. GRACIOSO – Ele falava-me sobre a questão da junção de dois grandes bancos, de que participa: “um grande problema será encontrar formas de conciliar os interesses da organização com os anseios do nosso pessoal”. Penso que todas as grandes e peque- nas empresas vão, cada vez mais, enfrentar esta dificuldade, porque pessoas são o que uma empresa tem de mais precioso. Muitas vezes, con- tudo, fracassam em reter os melhores profissionais; não conseguemmotivá- los... Isso certamente não é novidade para você. JÚLIO – É um grande desafio, não só para bancos, mas para qualquer empresa. GRACIOSO – Como estamos em plena Era Olímpica – e vocês estão entre os principais patrocinadores bra- sileiros –, fazendo uma analogia coma regata, em que todos precisam remar na mesma direção. Mas um barco é totalmente diferente de uma empresa, e, provavelmente, o desafio que vocês encontram no dia-a-dia é exatamente este: se todos sempre remassem juntos na mesma direção, tudo seria muito mais fácil. No Bradesco: como saber emque direção o barco está seguindo e passar isso aos “remadores”? JÚLIO – Preciso voltar um pouco ao passado, para responder. O Bradesco foi fundado em 1943, em meio à Segunda Guerra Mundial. Costumo dizer que o banco tem uma “alma diferente”, pois teve, à frente, durante muito tempo, uma pessoa, Amador Aguiar, que era um bancário – nun- ca se viu como banqueiro. Ele era bancário, noutro banco que se uniu a outras pessoas da Casa Bancária Al- meida – emMarília, no interior de São Paulo – e fundaramo Banco Brasileiro de Descontos. Na época as pessoas brincavam, dizendo que era o “Banco Brasileiro de Dez Contos”. “O BRADESCO ERA UM BANCO PATERNALISTA.” “AMADOR AGUIAR ERA UM BANCÁRIO.”
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